É o primeiro livro que leio do italiano Alessandro Baricco. Fiquei impressionada com a forma como escreveu A Noiva Jovem. Fui pesquisar sobre o escritor, e descobri que além de escrever livros, ele também faz crítica musical e toca piano.
Está explicada a sua relação com a escrita, onde parece conseguir reger uma orquestra que executa a narrativa do livro, e a entrada do próprio autor, que ora está em conversa com a companheira, ora em diálogo com um vizinho de mesa num restaurante, ou mesmo num episódio sobre como aconteceu a perda de um computador.
Pode parecer uma leitura confusa, mas a verdade é que num livro onde a quase totalidade das personagens não possuem nome, e por isso são tratados como a noiva, o filho, o pai, a mãe, a filha, o tio, etc. Alessandro Baricco consegue colocar frases sobre frases, acontecimentos sobre acontecimentos, e tudo faz sentido como um acorde.
“O sexo infeliz é o único desperdício que nos torna piores.” (versão epub, pág. 78)
O erotismo é uma presença constante no livro sempre embalado pelas personagens femininas, onde um gesto bem executado, sem pressa, pode ser capaz de atingir o prazer sexual.
“O fato é que alguns escrevem livros, outros os leem: sabe deus quem está em melhor posição para entender alguma coisa.” (versão epub, pág. 133). Com certeza, estar na posição de leitor de Alessandro Baricco é uma posição privilegiada na orquestra que é o seu livro.
Até ao próximo post!
Se houvesse uma versão em espanhol, eu leria o livro. É interessante do ponto de vista que ele seja um maestro de orquestra sinfônica, o que já é uma vantagem procurar por ele. Uma excelente revisão. Com frases que são excelentes. Os meus cumprimentos
Manuel
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Obrigadíssima, Manuel!
Talvez o encontre neste website: http://ghutolirigyc.over-blog.com/2020/05/libros-en-linea-pdf-descarga-gratuita-la-esposa.html
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Obrigado pela informação. Então eu vou fazer isso.
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Olha, torço um pouco o nariz para autores de outras línguas que não sejam a inglesa, portuguesa e espanhola. Mas sei que estou perdendo muita coisa boa por isso. Pena que não consigo absorver tanta coisa boa ao mesmo tempo, aí só me resta selecionar mesmo
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Compreendo. Eu só não gosto da literatura americana, mas estou aberta a mais uma oportunidade.
Vejo como uma forma de viajar sobre a cultura, sobre as pessoas. No momento, eu estou a ler um autor dominicano. Não está a ser fácil, pois há muitos sinais de identidade cultural, e que está sob enorme influência americana, e em constante briguinha com seu vizinho territorial.
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Personagens sem nome me lembra Saramago. Interessante essa aproximação entre escrita e música. No meu ver ambas nascem da inquietação diante do que se vê.
Abraço.
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Possivelmente, a inquietação está presente em Baricco. E é o que o move entre a música e a literatura.
Abraço.
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Estou aqui a pensar e acho que nunca li nada de autores italianos.
Em breve quero ver se mudo isso!
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Boa ideia! Força!
Obrigada por participar.
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Sobre livros, parei de ler, por enquanto perdi o interesse.
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Acontece comigo tb. São fases. E o estudo de teclado?
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Hoje dei uma estudada, hoje. Também estava afastado. Recebi uma música pelo Whatsapp com uma mensagem, gostei e resolvi tentar tocar a música. “Somewhere Over The Rainbow”.
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Faz algum tempo que não leio literatura italiana. Nunca fui grande fã do que é feito em meu país. A preferência sempre foi pela literatura inglesa, francesa e brasileira. Durante algum tempo, li os russos também. Da Itália, apenas a me seduzia, justamente pelo elemento musical. Já as histórias sempre me parecem todas iguais.
bacio
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Bacio
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