Clarice Lispector XXXVI

O mar de manhã 
O cheiro do mar deixava-a tonta. Gostava de ir ao mar às 6 horas da manhã, a hora da grande solidão do mar e quando as espumas são mais brancas. O mar era a fusão perfeita do masculino com o feminino, disse a escritora.


Jasmim
Jasmim é da noite e a matava lentamente. Um perfume mais forte que Clarice. Quando acordava estava iniciada.


Precisa-se
Precisa-se e oferece-se: homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria e precisa-se reparti-la. Paga-se bem, minuto por minuto, com a própria alegria.
A alegria é fugaz.
Folga: depois que passa o horror do domingo.
Pode ser uma pessoa triste, porque a alegria é tão grande, que se tem que repartir antes que se transforme em drama.
Em troca também oferece-se uma casa com todas as luzes acesas, direito de dispor da copa e da cozinha.


Amor a ele
“A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida.”


Eu sei o que é primavera
Clarice tinha humildade feita de gratidão. Sabia que estava reformulando a vida, porque estava viva. Viver é inevitável. A Primavera era uma perturbação de sentidos.


Primavera se abrindo

Clarice pressentia as mudanças de estação numa Primavera, ela ganhou uma planta de uma amiga. A planta prímula, misteriosa, continha o segredo dos cosmos. Ela era o segredo da natureza.


Até ao próximo post !

P.S.: Acabou de vez para mim a possibilidade de usar o antigo editor do WordPress. Sofri para fazer este post. Prefiro o antigo editor do WordPress. E não vejo aqui a possibilidade de se programar em html como era possível no anterior.

 

15 comentários sobre “Clarice Lispector XXXVI

  1. Olha, eu sempre quis ter um autor(a) para chamar de meu. Pelo jeito a sua é a Clarice. Não tinha encontrado até bem pouco tempo. Mesmo me identificando muito com Jack London e com Piers Paul Read, eu precisava de algum tupiniquim.Finalmente descobri que muito me inspira! Ainda não me julgo apto a comentar a respeito do mesmo, prefiro ler mais sobre a sua obra, mas estou no caminho!

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    • Eu estou descobrindo Clarice Lispector só agora e estou encantada. São resumos de crônicas que compõem um livro com todas q foram publicadas no Jornal do Brasil. Ela escreveu sobre ela própria, dicas mágicas para compreendê-la. O que não devia ser fácil através de um diálogo.
      Eu gosto muito também do Valter Hugo Mãe, Saramago, Mia Couto, Agualusa, Florbela Espanca. Todos esses da literatura lusófona.

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