E chegou o dia de se despedir de Hong Kong. Foi um lindo amanhecer, que nos deu a esperança de novas aventuras.
Tínhamos a manhã e uma boa parte da tarde livre. Resolvemos retornar ao Ladies Market, pois estava bem próximo do hotel. Foi caminhando pelas ruas próximas, que descobrimos um delicioso sorvete (gelado) de batata doce com casquinho de Oreo. Irresistível ! Delicioso!
O último dia foi num domingo, então como já contei em um dos posts desta viagem à Hong Kong, as mulheres que trabalham como empregadas domésticas não podem passar o dia na residência que trabalham, então elas ficam nos parques, e até mesmo na rua, nos passeios, onde fazem um pic nic.
Logo após saborear o sorvete de batata doce, fui para um canto à sombra, e fiquei à espera que os filhos terminassem de saborear o deles. Foi neste momento que aconteceu uma cena inesperada. Eu estava de chapéu e óculos de sol, passam 3 jovens asiáticas e sorriem para mim. Devolvo o sorriso. Elas retornam e perguntam-me se poderiam tirar uma foto. Eu fiquei um pouco sem jeito e resolvi confirmar a pergunta. Vocês querem que eu tire uma foto vossa ? E elas: Não, queremos tirar uma foto consigo. Fiquei super envergonhada, mas aceitei. Lembrei de alguém ter me contado que os asiáticos gostam muito dos rostos ocidentais. Bem, a foto não vou publicar aqui. 😊 As jovens eram da Indonésia.
No caminho de volta ao hotel tirei uma foto de um bus bastante popular em Kowloon.
Chegou a hora de fazer check-out no hotel, e irmos de transportes públicos até o aeroporto. Lembrando que os transportes públicos (metro e ferry) são muito eficientes em Hong Kong. Nós descemos numa das estações do metro e fizemos o check-in na Katay. A empresa recolhe as malas nesta estação, e seguimos no metro, sem malas, até ao aeroporto.
Chegando ao aeroporto de Amsterdam, após uma longa viagem, avistei um imponente corvo. Eu gosto muito de observar as aves em liberdade.
E foi tudo! Espero que tenham gostado do diário de bordo desta viagem, das fotos e dos vídeos. Desculpem os possíveis erros de português. Como convivo com o português de Portugal e do Brasil, além de outras línguas, por vezes, sinto que escrevo numa nova língua. 🙂
O Show de Luzes é uma homenagem de Hong Kong à cidade e seu povo. Ele acontece todos os dias às 20hs, e dura aproximadamente 15 minutos.
Depois de visitar a aldeia de Tai O, pegamos um bus que nos levou até a estação de ferry, pegamos o ferry com destino à Hong Kong e depois, outro ferry para Kowloon. Parece incrível, mas chegamos com alguma folga de tempo em Kowloon. Tudo foi possível neste longo dia, graças à nossa organização e tomar cedo o café da manhã no hotel.
Já que tínhamos algum tempo até o início do show de luzes fomos até próximo ao Parque Central de Kowloon e fui rever uns bonecos simpáticos que havia avistado do outro lado da rua. Era o Fun Park de um patrocinador, talvez um evento temporário. Adivinhem qual escolhi para tirar uma foto ! 🙂
Depois seguimos para a Promenade de Kowloon. Passamos novamente pelo Jardim dos Artistas, e aproveitamos para mais algumas fotos, junto às mãos de Jackie Chan, e na estátua de Bruce Lee.
Mãos do Jackie Chan
Bruce Lee
Nós tentamos chegar à tempo do show de luzes nos dias anteriores desta viagem, mas não conseguimos. Ficou mesmo para o penúltimo dia, e tinha de dar certo, pois era a nossa última oportunidade. E deu! Ficamos no lado de Kowloon, na Promenade Tim Sha Tsui.
O espetáculo não nos impressionou muito. Parece que o show de luzes é mais espetacular durante feriados e datas especiais. O que vimos foram as luzes de importantes prédios como HSBC Building e Bank of China Building, bem como alguns canhões de luzes. Não ouvimos nenhuma música.
Depois de um dia de muitas atrações seguimos para o hotel e jantamos no shopping Moko que tem ligação com o Royal Plaza Hotel. Escolhemos o Jamie Oliver’s Super Sandwiches. Esperava mais sabor, mas além da sopa que estava deliciosa nada nos impressionou: classic beef & caramelized onion burger with french fries, beef lasagna with french fries, Oliver’s master club with french fries (já comi esta opção melhor em Albufeira, Portugal).
Vamos ver um vídeo curto de como foi o show de luzes. 😉
Ainda no 7º dia, após o passeio no teleférico, estar ao pé do Big Buddha e conhecer o mosteiro Po Lin, foi a vez de tomarmos o bus 21 no complexo do Big Buddha para irmos até a aldeia piscatória Tai O.
Tai O é uma aldeia de pescadores, localizada em Lantau, em Hong Kong. Tai O significa algo como “grande entrada”, que está relacionado com a navegação na ilha. Tai O também é o nome do rio onde fica localizado na aldeia.
Assim, que descemos do bus e entramos na aldeia, somos abordados para realizar curtas viagens de barcos para ver os golfinhos brancos chineses. Nós não estávamos dispostos para ir ao mar num dia cinzento e frio; e acho que nem os golfinhos estavam para dar o ar de sua graça aos turistas. 🙂 Portanto, seguimos em frente para “mergulhar” na vida da aldeia.
Logo começamos a viajar na grande atração da ilha que é a variedade de peixes e frutos do mar desidratados, algumas iguarias para saborear como lula, egg puffs, bebidas tropicais, etc. Os egg puffs são muito comuns em Hong Kong.
A porção de lula custava cerca de 5€
Antes de preparadas 🙂
Nem espinhas escapam 🙂
Rio Tai O
A ponte que liga as duas margens da aldeia é um pequeno charme, e ficamos algum tempo ali a contemplar, tirar fotos e filmar. Pescadores e pescadoras vendiam o seu peixe próximo à ponte. Em alguns momentos, a ponte fica quase intransitável devido a quantidade de pessoas e bicicletas que passam sempre a buzinar.
Um tubarão seco
Passando a ponte e entrando pela aldeia começamos a ter contato com o dia a dia desta aldeia. Pequenos mercados ao ar livre, o processo de secagem dos frutos do mar, uma escola católica, um pequeno templo budista, as casas bem características da aldeia, moradores a venderem algum artesanato, … Quando se entra mesmo na aldeia, o sossego da cultura chinesa volta a tomar conta do ambiente e os detalhes desta vida tomam contam dos nossos olhares. É isso que mostram as fotos.
Após estar bem junto ao Big Buddha descemos a escadaria para conhecer o Mosteiro Po Lin.
O seu nome inicial era The Big Hut, quando foi fundado em 1906 por três monges. Só em 1924 é que passou a ser denominado Po Lin, que significa Lótus Precioso.
A área do mosteiro contempla o templo, um restaurante vegetariano, uma casa de lanches rápidos, as casas dos monges, muitos queimadores de incenso e algumas lojinhas onde você pode comprar incenso de todos os tamanhos.
No templo há três estátuas de Buda que representam o passado, o presente e o futuro. E, mais uma vez, não vi nenhum monge.
Fiquei um bom tempo sentada a aproveitar toda a paz que aquele local transmitia.
Depois fomos almoçar ao restaurante vegetariano. Para 4 pessoas havia dois menus (ementas). General Meal 4 person set: – soup of the day, – deep fried spring rolls, – sauté mixed capsicum, celerim and firm tofu, – stewed black mushroom with pouched seasonal vegetable, – steamed bean curd, corn kernel, green pea, diced carrot in light chili sauce, – braised assorted vegetable with button mushroom and fungus, – steamed rice. A outra possibilidade para 4 pessoas era: – pumpkin soup, – deep fried Spring rolls, – aspargus with mix mushroom & cashew nut, – black mushroom w/vegetable, – deep fried bean curd sheet with lemon sauce, – fresh lotus with potato paste, – steam rice. Nós optamos por esta última combinação que é ligeiramente mais cara. Lembrando que comer com os nativos é sempre mais original e em conta. A verdade é que foi muita comida para 4 pessoas, mas isso não aconteceu só connosco. 😊
dentro do restaurante
À seguir mais fotos do complexo do Big Buddha quando nos caminhamos para pegar o bus que nos levaria à próxima atração do dia. E um filme! 😉
Depois de nos divertir bastante no teleférico Ngong Ping 360, que falei no post anterior, fomos conhecer o Tian Tan Buddha, o Big Buddha. Ele fica em Lantau, Hong Kong, e é uma enorme estátua de bronze que simboliza a relação harmoniosa entre o homem e a natureza, as pessoas e a religião.
Além de ser uma atração turística, é o principal centro de budismo de Hong Kong junto com o Monastério Po Lin, que falarei em próximo post.
A visita é gratuita, mas a visita a um pequeno museu que se encontra no alto, por baixo da estátua, é pago. Nós não visitamos o museu, aliás não vi muito interesse das pessoas em visitá-lo. E, ainda tínhamos 2 atrações para conhecer neste 7º dia em Hong Kong.
O Big Buddha foi erguido em 1993 com seus 34 m de altura. Desta vez, não contei os degraus, porque eu estava encantada com a grandeza da estátua, com a natureza à volta, com a emoção das pessoas, … mas eu li em algum lugar que são 268 degraus. Há um caminho ao lado para pessoas que não possam subir os degraus. Lá em cima há uma bela vista da natureza, pois Hong Kong não é apenas prédios.
As pessoas prestam sua homenagem não apenas lá em cima junto ao Big Buddha, mas também lá embaixo, onde há um espaço que penso ter algum significado especial. Observei que há um conjunto de 3 degraus, num total de 9 degraus, e penso que seja o número de Brahman (Deus).
Vamos ver em imagens e vídeo. Vem comigo!;)
A benção do Big Buddha
As montanhas e o Monastério Po LinVista por trás do Big BuddhaEstátuas que estão na base, ao lado do Big BuddhaSerá um guia?Um pórtico em direção ao Monastério Po LinOs 9 degraus de que falei
O 7º dia amanheceu frio e cinzento, mas nada que tirasse o nosso ânimo. Estavam reservadas 3 atrações para este dia, sendo assim ficará melhor escrever sobre este dia por partes.
Começo a falar da primeira atração do dia, o Ngong Ping 360.
Chegamos a meio da manhã ao Cable Car Lower Terminus. Antes passamos por um grupo de pessoas a praticarem Falun Dafa. Para tirar a foto da tenda de promoção que organizaram foi preciso eu ir para a rua me posicionar e, do nada, surgiu um bus que eu não percebi, pois a sua buzina parecia mais ser de uma bicicleta. 😊 Um susto!
Os bilhetes para o teleférico que o levará até ao complexo do Big Buddha pode ser comprado aqui: https://www.np360.com.hk/en/buy-book/pricing-and-packages/Tivemos sorte e não encontramos filas. Já tínhamos comprado os bilhetes através do website e optamos pelo chão transparente da cabina(e), que é um pouco mais caro. É uma vez na vida, então aproveitar. Imaginem a gritaria! 😊 Cada vez que um grupo desocupa uma cabina(e), então é feita uma limpeza. Aliás, encontrei em Hong Kong muito cuidado com a limpeza.
Há quem faça o percurso até ao Big Buddha à pé, mas isso seria uma aventura de imenso esforço físico para nós, ainda mais depois de no dia anterior ter andado na floresta (6ºdia). Além de que resultaria em muito tempo para o deslocamento. Também é possível chegar ao Big Buddha de bus. Bem, foi divertido ir através do teleférico. Seguem as imagens, inclusive do caminho alternativo, ou seja, à pé.
onde o passeio começa
a gritaria ao olhar para o chão da cabina(e) 🙂
imagem do caminho alternativo
Ao chegar ao fim do passeio no teleférico, que até durou um bom tempo. Somos recebidos com foto promocional do momento que você pode comprar ou não. E, no mesmo local há vendas de souvenirs. Mais adiante, você encontrará muitas outras lojas para compras de souvenirs e não só. Um ambiente com aspecto que lembra a Disneylândia e parques temáticos. Enfim, para o gosto de alguns turistas. Eu consegui tirar algumas poucas fotos das lojas para o blog, porque na grande maioria delas eram proibidas as fotos, e até mesmo numa tenda simples de comida ao ar livre não foi permitida. Motivo? Não sei. Seguem fotos e um filme. No próximo post sobre este 7º dia em Hong Kong falarei sobre a visita ao Big Buddha dentro deste complexo que envolve também o Ngong Ping 360.
o ambiente ao terminar o percurso do teleféricoJá se avista o Big Buddha
Cheguei ao 6º dia e foi um dia fantástico! Eu amo estar na natureza. Foi um grande desafio pessoal entrar na floresta asiática em New Territories, Hong Kong, vencer medos, superar o esforço físico, o calor, e chegar até a última cachoeira. Eu consegui!
Saímos cedo do hotel e fomos ao encontro do guia, conforme combinado, na 7-Eleven, saída A da estação MTR Tai Wo. Enquanto, estivemos à espera observei novos avisos de multa: proibido fumar e comer ou beber. Ele foi quase pontual, afinal era um escocês. 😊 E, acima de tudo correto, simpático e paciente durante o percurso! 😊 Vocês podem saber mais em: https://www.klook.com/activity/1270-tai-mo-shan-waterfalls-hike-hong-kong/
Ele levou-nos em seu carro até o estacionamento próximo da trilha. O início da trilha é em cimento e há corrimão de apoio. Lembram-se dos posts sobre o 5º dia? Eu fiquei de explicar como descobrimos que o 5º dia era uma espécie de dia de finados. Foi o guia que nos explicou e mostrou vários túmulos que haviam sido arranjados no dia anterior.
O Tai Mo Shan tem 957m de elevação. A trilha em cimento vai até a um templo budista, e que não foi permitida a visita. Antes há umas casas de pessoas que trabalham no templo e tirei uma foto da agricultura deles. Seguimos a caminhada. Foi quando comecei a derreter, e comecei a sentir uns pingos de chuva, imaginando que seria a minha salvação. Engano! Não senti mosquitos em toda a caminhada. O guia falava mais a frente de alguns animais exóticos, mas eu sentia tanto calor, tanto cansaço, que eu nem medo tinha. 😊 Eu segurava-me em tudo que era possível. Nem me lembrava de estar uma possível cobra ou centopeia. Eu queria era chegar na primeira cachoeira. Com o decorrer da caminhada avistamos outros corajosos, todos jovens. Ao chegar na última cachoeira encontramos uma família asiática que estava a fazer um pic nic. O pai disse que “comer” era o incentivo para os filhos subirem até aquele ponto. 😊 Foi super!
agricultura para o templo
templotemplo, não foi possível avançaro templo que não foi possível se aproximar
avistando a cachoeira mais elevada
Aqui está ela, a preciosa 🙂
Se pensam que a descida foi fácil… não foi. 😊 Parecia que nunca chegávamos ao templo, por exemplo. E, eu ainda levei uma queda suave. No meu blog já falei que sou boa para cair, se é que isso é possível. Eu não brigo com a queda, eu rendo-me e tento fazer com que o estrago seja o mínimo possível. Assim, o que seria um bom tombo, tornou-se uma escorregadela e caindo sentada. Todos chegaram ao carro e eu fui a última, mas cheguei. Comemorações entre todos! Dentro do carro, eu não conseguia falar. Eu estava super cansada, mas imensamente satisfeita e feliz.
Seguimos para o hotel. E, sim, ainda tivemos forças para ir à Hong Kong e comer um delicioso ganso lacado no conhecido Kam’s Roast Goose, com espera de quase 2 horas no exterior. Já passei esperas mais longas para comer. 😊 Não tive dúvidas, coloquei um papel no chão e sentei-me. Logo apareceram seguidores.:) Avistei um bus com bandeira do Brasil. Até que chegou a nossa vez.
Hong Kong
Kam’s Roast Goose
Um filme deste dia inesquecível para mim na floresta asiática: Vem comigo!
Até ao próximo dia de viagem em Hong Kong! Sim, ainda não acabou. Loolll
Continuando sobre o 5º dia… Após a visita ao Nan Lian Garden fomos tentar almoçar, mas sem sucesso. O shopping ao lado com muitos restaurantes, mas todos lotados e alguns mesmo com filas. No dia seguinte foi que percebemos que se tratava de um de feriado, uma espécie de dia de finados, mas como todo o comércio estava aberto, não nos apercebemos disso. Assim, decidimos retornar para a região do hotel pensando que íamos ter mais sorte.
Foi neste retorno à base que nos chamou a atenção a riqueza da pastelaria e confecção de pão por parte dos chineses. Em Abril, eu estava fazendo ainda um curso de pastelaria, e as imagens abaixo deu-me muita inspiração.
Passamos também por um mercado de flores. E, estavam muitas pessoas a comprarem. Sim, tínhamos passado por ali antes, mas não estava com tanto movimento, e assim nem percebi que se tratava de um mercado.
Até que, finalmente, chegamos no restaurante que havíamos escolhido para comer dim sum. E não é, que o restaurante também estava com fila!! :)) Começamos a desconfiar que algo estava a se passar e estávamos completamente por fora do assunto. Como eu disse, no 6º dia de viagem é que ficamos a saber o motivo, e vou explicar como é que descobrimos que era dia de finados.
Fomos à procura de outro restaurante dim sum. Como já falei em outro post, usamos a linguagem universal da mímica. Os chineses, sabendo que somos estrangeiros, trazem um menu especial com imagens e nome da carne que contém o prato. Os pratos sempre serviços com chá verde sem açúcar. Eu gosto de chá, mas sem pelo menos um adoçante é complicado. Rsrsrs Ok, embarquei no costume local, e sabe que até gostei! Essa situação fez-me lembrar uma cena de minha infância quando os meus pais, em visita a uma cidade, foram convidados a se hospedarem em casa de pessoas conhecidas sem saberem que eram seguidores da alimentação macrobiótica. Rsrsrs Graças a minha forma de ser, só eu não passei fome. Rsrsrs
Eu provei de tudo, apesar de com muita pena por serem bonitinhos e fofinhos.
dim sum
Rolos de arroz, acho eu. rsrsrs
Na retorno ao hotel passamos por uma ação coletiva de pintura de um muro com uma mensagem de conscientização pela paz.
Já que gostamos de provar o dim sum, à noite repetimos e avançamos no pedido. Foi quando provei uma espécie de arroz com carne envolto numa flor de lotus. pela quantidade de pratos sentimos que houve algum engano ou de nossa parte ou do senhor que nos serviu. :))
Não se preocupar. Depois entregam um menu para turistas. 🙂
Ao lado direito era umas tripas que não gostei :))bolo de arroz e carne em volto em uma flor de lotus. Saboroso!
Para o 5º dia de nossa viagem à Hong Kong decidimos continuar a explorar Kowloon. E, eu vou falar sobre este 5º dia em dois posts.
E, assim, fomos até o Nan Lian Garden na área de Diamond Hill. Um jardim com área de 3,5 hectares, que de tão belo e gracioso, você conseguirá descobri-lo sem muito cansaço. No entanto, reserve uma boa disponibilidade de tempo porque há muitos detalhes a serem observados, e uma enorme vontade de tirar fotos irá tomar conta de si. É, um pouco dessa sensação que tive, enquanto lá estive, que vou retratar em fotos, e em mais um vídeo caseiro.
Este jardim foi construído no estilo da Dinastia Tang (618-907 dC) e foi construído respeitando os elementos terra, pedras, árvores e água. Logo à entrada há uma placa com uma série de restrições. Eu li, mas mesmo assim fui chamada à atenção para guardar o meu selfie stick, que não estava como uma das proibições, mas o funcionário foi educado e gentil no trato. Inclusive, orientou-nos quanto ao percurso a fazer de acordo com o mapa oferecido, e conversou um pouco connosco. A visita ao jardim é gratuita!
Após tirar as primeiras fotos com uma das primeiras rochas interessantes que vi, fomos até uma galeria chinesa de arquitetura e madeira.
Na galeria chinesa de arquitetura e madeira
Detalhe de uma construção em madeira dentro da galeria de arquitetura e madeira
E, continuamos o passeio a este jardim sempre encantados com a harmonia entre os elementos, e com o charme da paisagem de Hong Kong, o que me deu a sensação de estar num pequeno oásis cercada por uma “selva de concreto” (betão).
Até que chegamos a um esplendor de templo, o Chi Lin. Infelizmente, não vi as monjas. E, neste específico canto do jardim, a vigilância se fazia sentir, pois era um lugar de muito respeito, e algumas imagens como a do Buda não era permitido fotos ou filmagens. E, sobretudo, era importante fazer silêncio! Eu fiz fotos e filmei o que era permitido. E, chamou-me a atenção a existência de pelo menos duas espécies de bonsai de cerejeira brasileira. Havia um cuidado de representar a cultura chinesa nos bonsais, e da presença harmoniosa entre bonsai e pedra. Neste mesmo recinto havia pedras de jade belíssimas, e lagoas de lótus.
Chi LinChi Lin por dentroChi Lin
Observem o detalhe dos 2 senhores chinesesPedra e árvore em harmoniacerejeira brasileira
Em seguida, visitamos uma outra galeria mais pequena que a primeira que era só de rochas trazidas de um rio.
Paramos um pouco numa casa de chá para se refrescar com uma espécie de frappé, e foi neste momento que vi de forma bem marcante um dos aspetos da filosofia confuciana, a piedade filial. Um casal jovem tratava com imenso cuidado e ternura, uma senhora de muita idade.
Logo ao lado havia um restaurante vegetariano, por baixo de uma cascata, mas estava lotado. Foi quando nos apercebemos que havia muitas mulheres no jardim. Resolvemos almoçar num shopping que há ao lado do Nan Lian Garden, mas sem sucesso. Estavam todos os restaurantes superlotados, alguns deles com filas. No exterior do shopping havia muitas mulheres fazendo uma espécie de pic nic. Bem, no dia seguinte descobrimos o motivo de tantos restaurantes lotados e de tantas mulheres a passearem. Era uma espécie de feriado de finados, e, portanto, a folga de várias domésticas oriundas das Filipinas, Malásia, Indonésia, … E, nos dias de folga, disseram-nos que elas não podem ficar na casa que trabalham.
E, agora, o vídeo…
Até a 2ª parte deste 5º dia de viagem à Hong Kong!
O 4º dia de viagem à Hong Kong, em Abril passado, foi todo dedicado à Macau. A colonização de Macau deu-se no século XVI pelos portugueses, e assim esteve sob gestão portuguesa até 1999.
O meu filho mais novo fez aniversário neste dia, e sendo português, nada melhor como ir a um pedaço de terra que ainda está no coração e memória portuguesa. Estávamos em casa!
Chegamos a meio da manhã para apanhar o jetfoil da TurboJET no China Ferry Terminal – estação MTR Tsim Sha Tsui, mas só conseguimos bilhetes para o início da tarde. Assim, ficamos passando o tempo no próprio terminal que mais parece um pequeno shopping. No check-in foi necessário a apresentação do passaporte e preencher um pequeno formulário (bens a declarar).
Em Macau
A viagem foi tranquila. Assim que saímos do ferry, avistamos o primeiro sinal que estávamos em casa. Foi uma sensação de alívio e orgulho ver a palavra “chegadas”. Dentro do terminal as indicações também estavam em português. Na saída do terminal quase que caíamos num golpe quando um senhor asiático falando em português suficiente e se passando por um funcionário do balcão de informações tentou nos vender um pacote para visitar Macau de carro, e tentando nos convencer que era o melhor e mais vantajoso meio. Quando fizemos as contas para Euro, e olhamos melhor para o seu crachá recuamos. Ele ainda tentou baixar e baixar o preço, enfim situação nada profissional, e recusamos.
Foi a melhor decisão que tomamos. Bem na frente do terminal você pode pegar um bus local e pagará muito pouco (moedas). O bus é perfeitamente confortável e com indicação das paragens. E, aceita dólar de HK, caso você não tenha Patacas, a moeda de Macau.
E, os primeiros sinais de uma Macau organizada, florida, e com muitas indicações em português, enfim muitos traços da presença portuguesa em terras chinesas.
Foto de dentro do bus
Descemos no Largo do Senado, e mais “banho” de Portugal, com a arquitetura dos prédios, as calçadas em pedra portuguesa, nomes de estabelecimentos comerciais, os nomes das ruas, largos e praças, as placas em azulejo, as igrejas, a presença dos jesuítas… (ver as imagens abaixo).
A presença de muitos turistas, e em sua maioria asiáticos, faz vibrar o comércio de Macau. Cores, som, e muito sabor para atrair os curiosos. Lá provamos pedaços de carne de seca, apresentadas em formato de folhas, em que os vendedores cortam em pedaços para qualquer pessoa que deseje provar. Neste momento, o português desaparece, pois só os nativos mais idosos conseguem falar algum português, mesmo que um pouco encabulados. O pedaço que provei era um pouco picante. Foi interessante provar, sempre estou disposta a estas provas, mas a verdade é que não gostei do sabor.
Na rua também distribuíram uns biscoitinhos doces. Que esses sim, deliciosos! Hummm…
Também achei em Macau um pedacinho de Brasil…
E, assim continuamos o nosso passeio pelas ruas de Macau com destino às Ruinas de São Paulo. As ruínas são da antiga Igreja da Madre de Deus e do adjacente Colégio de São Paulo, importante complexo do século XVI destruído por um incêndio em 1835. Um importante postal de Macau e da história de Portugal. E, um exemplo único da arquitetura barroca naChina. As Ruínas e a Fortaleza do Monte são Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Ficamos um bom tempo a descansar nesta histórica escadarias saboreando “portuguese egg tarts”, cujo sabor lembra o pastel de natas, com sumos de frutas tropicais, e admirando toda a vista de Macau incluindo o seu esplendoroso casino. Aliás, ao lado das escadarias das Ruínas há várias casas de lanches, e também servem uma sandes que muito se assemelha no visual às bifanas de Vendas Novas, em Portugal.
Bem ao lado das Ruínas de São Paulo encontramos um templo budista dedicado a Na Tcha. Segundo uma lenda popular, Na Tcha é o 3º filho de Li Jing, o General da cidade Cheng Tan Guan. A sua mãe esteve grávida durante 3 anos. Esse templo passou a fazer parte do Centro Histórico de Macau em 2005, sendo inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO.
Entre o templo e as Ruínas encontrei uma simpática rua, e claro não resisti a tirar fotos da Travessa da Paixão…
Depois seguimos para a Fortaleza do Monte que fica logo ao lado das Ruínas de São Paulo. E logo ficamos deslumbrados com a grandiosidade do Casino Grand Lisboa. São muitos os casinos existentes em Macau e empregam uma boa parte da população. Infelizmente, não deu tempo para visitá-los, até porque há um limite de horário de retorno para os ferrys. A Fortaleza foi importante quando dos ataques da Companhia Holandesa das Índias Orientais à Macau entre 1603 e 1622, e foi erguida pelos religiosos da Companhia de Jesus para defesa do Monte de São Paulo, concluída por volta de 1606. Posteriormente, entre 1617 e 1626, em posição dominante sobre o seu cume, foi erguida a chamada Fortaleza do Monte, como parte de um vasto complexo que integrava o Colégio e a Igreja de São Paulo. Este complexo era denominado como “Acrópole” e constituiu a principal estrutura defensiva da cidade, tendo se destacado quando da tentativa de invasão Holandesa em 1622. No domínio da Fortaleza encontra-se o Museu de Macau,
Casino Grand LisboaNa Fortaleza do Monte
Por lá também encontrei mais uma placa de aviso de multa para lixo deitado ao chão. Desta vez o valor estaca em Patacas, a moeda oficial de Macau. E, vi bem perto de mim a aflição de uma senhora de idade ao deixar cair, sem querer, um guardanapo ao chão.
Aproveitei também para tirar uma foto de uma vaca bem estilosa que se encontrava dentro de uma loja bem próxima às Ruínas.
Antes de partir de Macau, claro, fomos comer a um restaurante português e matar saudade de alguns de seus sabores tradicionais como o bacalhau e o entrecosto, além do português Sumol.
Pelas ruas de Macau também “street food” chinesa…
E, as bicicletas tão populares na China…
O dia passou rápido. Logo se fez noite e retornamos à Kowloon. Vejam também, a seguir, um video que fiz de Macau.