Gosto não se discute, mas a Bélgica leva uma fama do país europeu com as casas de arquitetura mais feia, ou se preferir, de gosto duvidoso. Essa fama é logo observada ao atravessar a fronteira quando se revela uma confusão de casas diferentes, portas e janelas diversas, revestimentos de duvidosa combinação, enfim um pouco de tudo.
fig 1 imagem Google: Ugly Belgian Houses
A situação gerou um livro sob o título “Ugly Belgian Houses”, que não foi bem recebido pelos arquitetos belgas. Alguns moradores ficaram irritados e contrataram advogados. O seu criador já teve mesmo que suspender temporariamente a conta no Instagram.
fig 2 imagem Google: Ugly Belgian Houses
Hannes Coudenys, autor do projeto, livro e documentário, diz que costuma procurar pessoalmente de carro, mas também recebe dicas de pessoas. Quando as fotos que recebe são ruins, então ele vai até a casa para tirar uma foto melhor.
fig 3 imagem Google: Ugly Belgian Houses
fig 4 imagem Google: Ugly Belgian Houses
fig 5 imagem Google: Ugly Belgian Houses
Na rua que vivo há 4 candidatas ao livro, mas não vou correr o risco de publicá-las. 🙂 E vocês, o que acharam dessas casas ? Segue um vídeo que não é do autor do projeto com mais casas belgas.
Eu já falei dessa banda de Antuérpia (aqui). É uma das poucas bandas da Bélgica que gosto de quase tudo que produzem.
Eles estão fazendo sucesso este ano com Maanlicht (Luar). O início da música soa algo diferente do que o grupo costuma produzir, e lembra o antigo grupo do vocalista, o “Warhola”. Só o início mesmo, porque depois da batida, a identidade do Bazart vem com toda força sobre uma letra poética e cheia de metáforas. Bazart: “Chegará um momento em que você terá que ir. No entanto, ficarei aqui sem o Sol. Aqui ao luar.”
O Bazart canta em holandês, ou melhor, em flamengo. É um pouco como comparar o inglês da Inglaterra e dos EUA. No mundo da música não há fronteiras, vale muito o sentimento, e o vídeo ajuda muito a sentir a música numa língua pouco falada. Ritmo sensual, vídeo igualmente sensual.
O cemitério Tyne Cot em Zonnebeke (Bélgica), próximo a Ieper (aqui), é o maior cemitério britânico e das ex-colônias inglesas no mundo, “Commonwealth War Graves Commission” (CWGC). Estão sepultados 12000 mil soldados da Primeira Guerra Mundial. Mais de 8300 soldados nunca foram identificados. Eles morreram em batalhas em torno da cidade de Ieper (Bélgica) entre 1914 e 1918, mas a maioria deles perderam a vida na 3a. Batalha de Ieper ou Batalha de Passendale, em 1917.
No monumento que se encontra no cemitério Tyne Cot estão gravados os nomes de 35 mil soldados britânicos e neozelandêses que morreram, quase todos, entre agosto de 1917 e novembro de 1918, e que não se conhece onde ficaram sepultados no campo de batalha.
Os túmulos pertences a soldados judeus possuem sobre a lápide algumas pedrinhas, uma tradição judaica.
Dos 205 mil soldados do Reino Britânico na Primeira Guerra Mundial que foram recordados na Bélgica, aproximadamente metade não foi conhecido o local de sepultamento. Os corpos deles nunca foram achados ou identificados. Muitos deles têm escrito na campa “Known Unto God“.
Em alguns túmlos estão sepultados mais de um corpo.
6 corpos sepultados
Não podemos esquecê-los! Não podemos deixar que volte a acontecer!
Papoilas (simbólicas) que surgiram sob o campo de batalha
Após caminhar na promenade de Nieuwpoort, seguimos para Veurne que dista cerca de 7 km da costa belga.
Veurne é uma cidade com uma pequena praça central, mas uma das mais bonitas que já visitei na Bélgica. Nota-se fortemente os traços flamengos na arquitetura dos prédios que circundam a praça.
Bem, a razão de seguir o passeio para Veurne foi que os meus filhos queriam patinar na pista de gelo, e esta era a cidade mais próxima com pista. Uma tradição que ocorre em muitas cidades da Bélgica durante as festas de fim de ano. Ainda não foi desta vez que tomei a coragem de enfrentar uma pista de gelo. :))
O que eu desconhecia sobre a cidade é que foi uma tropa do Canadá que libertou a cidade do domínio nazista em 8 de setembro de 1944. A cidade agradece esta decisiva ajuda com um monumento e a preservação de uma coroa a lembrar as papoilas no campo de batalha.
Segue um curto filme com imagens da praça central de Veurne e áudio original.
Pouco antes das festas de fim de ano fomos dar um passeio pela promenade de Nieuwpoort, cidade costeira da flandres ocidental, na Bélgica.
Nieuwpoort está dividida em duas partes. Uma parte é a cidade antiga com sua marina e restaurantes, e a outra parte é a sua praia com seus prédios e passeio.
Era dezembro, portanto frio e vento, que só permitiu uma curta caminhada e o desejo de retornar no verão. Mesmo assim, rendeu algumas fotos e o curtíssimo filme que fiz.
Vamos conhecer a orla de Nieuwpoort?
Até ao próximo post! 😉
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A rotina não é algo desagradável para mim, mas fazer uma pausa é algo que o corpo e a mente pedem. A pausa foi em Alveringem, uma pequena aldeia no Oeste da Bélgica, próximo ao mar e não muito distante da fronteira com a França.
Amanhecer em Alveringem
E esta pausa foi bem diferente da habitual, quase uma volta ao passado já muito distante, só possível de acreditar que vivi porque há registro em foto. Foi assim que relembrei o meu bezerro da infância, quando eu tinha apenas 3 anos de idade, em terras baianas. Voltei a ter algum contato com animais domésticos que fizeram parte da minha juventude, mas que devido a traumas mal resolvidos sofri décadas de total afastamento.
Eu tive um bezerro aos 3 anos de idade
Dois simpáticos vizinhos
O ambiente foi ideal para concluir a leitura de dois livros com muitas páginas, que foram a tempo para a minha lista de 2019. Em breve, falarei deles.
Num todo, as férias foram passadas na calma do campo com escapadelas para conhecer cidades belgas e francesas que estão próximas a Alveringem, e reverenciar jovens heróis da Primeira Guerra Mundial.
O primeiro dia de 2020 nasceu sob forte nevoeiro. Capaz de reproduzir belas imagens, mas de difícil relação pessoal.
Durante as festas de fim de ano as cidades da Bélgica decoram suas ruas principais para aquecer os corações em tempo de muito frio. Os mercados de Natal estão presentes em várias cidades do país. Fora desta tradição encontra-se o centro político de Bruxelas.
Neste post trago cenas atuais de Leuven e Bruxelas, e a experiência Imersiva Claude Monet que acontece em Bruxelas por estes dias de festas.
LEUVEN:
centro de Leuven dezembro 2019
centro de Leuven dezembro 2019
centro de Leuven dezembro 2019
BRUXELAS:
Mercado de Natal – Bolsa de Bruxelas
EXPERIÊNCIA IMERSIVA CLAUDE MONET (BRUXELAS):
Loja dos Smurfs em frente ao prédio da exposição Monet
E aproveito para desejar a todos boas festas, e o desejo de voltar a encontrá-los no próximo ano neste espaço com saúde e criatividade, e que a paz deixe de ser um sonho e torne-se realidade neste planeta que é a casa de todos nós, e que por isso devemos protegê-la da ganância por lucros de alguns que, infelizmente, estão no poder.
E, assim o blog O Miau do Leão vai descansar estas 2 semanas, esperando retornar em Janeiro da próxima década.
Durante o mês de outubro há uma semana de férias escolares, a chamada férias de Outono (Herfstvakantie). Aproveitamos um dia ensolarado da semana para ir até Kortrijk na região ocidental flamenga da Bélgica.
Kortrijk e o rio Leie
Encontramos ruas tranquilas para um passeio. Um rio navegável que corta a cidade, o Leie. E uma cidade que desde a Idade Média cresceu graças a indústria do linho e lã com a vizinha França e Inglaterra. Há um museu na cidade que conta essa história, mas o meu filho mais novo já o tinha visitado, e não queria repetir a visita. Ficou a minha visita para outra oportunidade.
caminhando em direção ao centro
Foi com meus rapazes que fiquei sabendo que a cidade foi palco de dois eventos importantes para o país. O primeiro foi a Batalha de Courtrai (nome da cidade em francês) ou Guldensporenslag que ocorreu em 1302. Em seguida, mostro uma estátua que relembra este momento. O segundo evento ocorreu em 1820, a assinatura do Tratado de Kortrijk, estabelecendo as fronteiras ainda atuais entre a França e a Bélgica. Durante os séculos XIX e XX, a indústria do linho floresceu e continua sendo importante na indústria têxtil belga atualmente. Uma outra curiosidade da cidade é que foi a primeira da Bélgica com uma rua comercial para pedestres, a Korte Steenstraat.
Torre na praça central (Grote Markt) de Kortrijk
Por trás da torre
Estátua comemorativa da Batalha de Courtrai
Almoçamos no centro, e seguimos para conhecer a Saint Elisabeth Beguinage que remonta ao ano de 1238 e foi listada como Patrimônio Mundial da Unesco em 1998. Foi-lhe dada a sua forma atual no século XVII após várias destruições. Tem cerca de quarenta casas barrocas com um jardim frontal privado. Uma área cercada na cidade onde se reuniam senhoras da sociedade e religiosas para fazer caridade. Já felei sobre a de Leuven (aqui).
Por vezes, há coisas na Bélgica difíceis de compreender e que são resolvidas com simplicidade.
A Bélgica está sem governo, novamente, há meses, mas tudo funciona dentro da normalidade. Estamos sobre auto-gestão, no entanto cada instituição sabe o seu dever.
Aqui está outro exemplo de uma solução simples. O motivo não sei. A verdade é que existe uma rua, cujo nome é Sem Nome. Rua Sem Nome (Zonder -Naam Straat), em Gent.
Fizemos o nosso segundo percurso usando o aplicativo Wikiloc. Optamos, mais uma vez, por uma terrinha próxima da cidade que vivemos. O primeiro percurso foi em Waasmunster. Este segundo foi em Stekene.
Stropersbos
O percurso foi de 10 km. Começamos às 11:40hs e terminamos às 15hs. Paramos várias vezes para descansar, tirar fotos e filmar. O aplicativo desconta esses momentos que paramos, e dá-nos o tempo real de caminhada.
Escolhemos uma grande área verde chamada Stropersbos, em Stekene. Um percurso com muita sombra para um dia que chegou aos 29°C. Passamos por pequenas pontes, vimos um veado jovem, passamos por um milharal e por uma simpática capela chamada Trompkapel.