O 4º dia de viagem à Hong Kong, em Abril passado, foi todo dedicado à Macau. A colonização de Macau deu-se no século XVI pelos portugueses, e assim esteve sob gestão portuguesa até 1999.
O meu filho mais novo fez aniversário neste dia, e sendo português, nada melhor como ir a um pedaço de terra que ainda está no coração e memória portuguesa. Estávamos em casa!
Chegamos a meio da manhã para apanhar o jetfoil da TurboJET no China Ferry Terminal – estação MTR Tsim Sha Tsui, mas só conseguimos bilhetes para o início da tarde. Assim, ficamos passando o tempo no próprio terminal que mais parece um pequeno shopping. No check-in foi necessário a apresentação do passaporte e preencher um pequeno formulário (bens a declarar).
A viagem foi tranquila. Assim que saímos do ferry, avistamos o primeiro sinal que estávamos em casa. Foi uma sensação de alívio e orgulho ver a palavra “chegadas”. Dentro do terminal as indicações também estavam em português. Na saída do terminal quase que caíamos num golpe quando um senhor asiático falando em português suficiente e se passando por um funcionário do balcão de informações tentou nos vender um pacote para visitar Macau de carro, e tentando nos convencer que era o melhor e mais vantajoso meio. Quando fizemos as contas para Euro, e olhamos melhor para o seu crachá recuamos. Ele ainda tentou baixar e baixar o preço, enfim situação nada profissional, e recusamos.
Foi a melhor decisão que tomamos. Bem na frente do terminal você pode pegar um bus local e pagará muito pouco (moedas). O bus é perfeitamente confortável e com indicação das paragens. E, aceita dólar de HK, caso você não tenha Patacas, a moeda de Macau.
E, os primeiros sinais de uma Macau organizada, florida, e com muitas indicações em português, enfim muitos traços da presença portuguesa em terras chinesas.
Descemos no Largo do Senado, e mais “banho” de Portugal, com a arquitetura dos prédios, as calçadas em pedra portuguesa, nomes de estabelecimentos comerciais, os nomes das ruas, largos e praças, as placas em azulejo, as igrejas, a presença dos jesuítas… (ver as imagens abaixo).
A presença de muitos turistas, e em sua maioria asiáticos, faz vibrar o comércio de Macau. Cores, som, e muito sabor para atrair os curiosos. Lá provamos pedaços de carne de seca, apresentadas em formato de folhas, em que os vendedores cortam em pedaços para qualquer pessoa que deseje provar. Neste momento, o português desaparece, pois só os nativos mais idosos conseguem falar algum português, mesmo que um pouco encabulados. O pedaço que provei era um pouco picante. Foi interessante provar, sempre estou disposta a estas provas, mas a verdade é que não gostei do sabor.
Na rua também distribuíram uns biscoitinhos doces. Que esses sim, deliciosos! Hummm…
Também achei em Macau um pedacinho de Brasil…
E, assim continuamos o nosso passeio pelas ruas de Macau com destino às Ruinas de São Paulo. As ruínas são da antiga Igreja da Madre de Deus e do adjacente Colégio de São Paulo, importante complexo do século XVI destruído por um incêndio em 1835. Um importante postal de Macau e da história de Portugal. E, um exemplo único da arquitetura barroca na China. As Ruínas e a Fortaleza do Monte são Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Ficamos um bom tempo a descansar nesta histórica escadarias saboreando “portuguese egg tarts”, cujo sabor lembra o pastel de natas, com sumos de frutas tropicais, e admirando toda a vista de Macau incluindo o seu esplendoroso casino. Aliás, ao lado das escadarias das Ruínas há várias casas de lanches, e também servem uma sandes que muito se assemelha no visual às bifanas de Vendas Novas, em Portugal.
Bem ao lado das Ruínas de São Paulo encontramos um templo budista dedicado a Na Tcha. Segundo uma lenda popular, Na Tcha é o 3º filho de Li Jing, o General da cidade Cheng Tan Guan. A sua mãe esteve grávida durante 3 anos. Esse templo passou a fazer parte do Centro Histórico de Macau em 2005, sendo inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO.
Entre o templo e as Ruínas encontrei uma simpática rua, e claro não resisti a tirar fotos da Travessa da Paixão…
Depois seguimos para a Fortaleza do Monte que fica logo ao lado das Ruínas de São Paulo. E logo ficamos deslumbrados com a grandiosidade do Casino Grand Lisboa. São muitos os casinos existentes em Macau e empregam uma boa parte da população. Infelizmente, não deu tempo para visitá-los, até porque há um limite de horário de retorno para os ferrys. A Fortaleza foi importante quando dos ataques da Companhia Holandesa das Índias Orientais à Macau entre 1603 e 1622, e foi erguida pelos religiosos da Companhia de Jesus para defesa do Monte de São Paulo, concluída por volta de 1606. Posteriormente, entre 1617 e 1626, em posição dominante sobre o seu cume, foi erguida a chamada Fortaleza do Monte, como parte de um vasto complexo que integrava o Colégio e a Igreja de São Paulo. Este complexo era denominado como “Acrópole” e constituiu a principal estrutura defensiva da cidade, tendo se destacado quando da tentativa de invasão Holandesa em 1622. No domínio da Fortaleza encontra-se o Museu de Macau,
Por lá também encontrei mais uma placa de aviso de multa para lixo deitado ao chão. Desta vez o valor estaca em Patacas, a moeda oficial de Macau. E, vi bem perto de mim a aflição de uma senhora de idade ao deixar cair, sem querer, um guardanapo ao chão.
Aproveitei também para tirar uma foto de uma vaca bem estilosa que se encontrava dentro de uma loja bem próxima às Ruínas.
Antes de partir de Macau, claro, fomos comer a um restaurante português e matar saudade de alguns de seus sabores tradicionais como o bacalhau e o entrecosto, além do português Sumol.
Pelas ruas de Macau também “street food” chinesa…
E, as bicicletas tão populares na China…
O dia passou rápido. Logo se fez noite e retornamos à Kowloon. Vejam também, a seguir, um video que fiz de Macau.
Obrigada pela atenção! 😉