O Entardecer em Istambul

Organizando fotos para o post do último projeto fotográfico 6 on 6, Sunset, encontrei várias fotos deste momento que acontece todos os dias, porém um deles foi muito especial.

Há muito desejava conhecer Istambul, e uma das atrações da cidade é o seu entardecer. Olhos postos em direção a Kiz Kulesi (Torre da Donzela) com séculos de história, torre símbolo de Üsküdar, obra do período bizantino, quando Istambul ainda era Constantinopla. Aos poucos iam se aproximando as pessoas, turistas ou não, e buscavam o melhor ângulo, a maneira mais confortável de se estar às margens do Bósforo.
Sentei-me sob uma das enormes pedras que margeiam parte da promenade. Aos poucos, o espetáculo iniciava. O quase silêncio das pessoas para o astro contrastava com o cântico que soava dos minaretes. O que será que toda aquela plateia internacional pensava?
Pensei no pequeníssimo trecho que Jorge Luís Borges escreveu em Elogio da Sombra (1969):

“É sempre comovente o pôr do sol
por indigente ou berrante que seja,
mas ainda bem mais comovedor
é o brilho desesperado e derradeiro
que enferruja a planície
quando o último sol ficou submerso.”.

E aos poucos o céu enferrujava…

Terminado o espetáculo, levantei-me, enquanto ouvia vários idiomas ao meu redor. Já na promenade de Istambul, o movimento era intenso. De repente, um carro vintage descapotável se aproximava em meio ao trânsito, jovens, aparentemente nativos, ouviam em alto som uma música dos anos 80, que nos contagiou, rimos bastante, e caminhamos por entre as ruas da Istambul Oriental cantarolando… Cheri cheri lady there’s no tomorrow. Um entardecer que ficará para sempre em minha memória. Perfeito dia de Verão.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

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