Clarice Lispector LVI

Com esses dois trechos de duas crônicas de Clarice Lispector para o Jornal do Brasil termino a leitura de Aprendendo A Viver. A escritora durante essas crônicas mostrou um pouco de si própria para quem a queira conhecer. Ela que buscava sempre conhecer a natureza humana, e a sua própria natureza. Com este post encerro esse ‘canto’ do blog.

Exercício

  “É curiosa esta experiência de escrever mais leve e para muitos, eu que escrevia “minhas coisas” para poucos. Está sendo agradável a sensação. Aliás, tenho me convivido muito ultimamente e descobri com surpresa que sou suportável, às vezes até agradável de ser. Bem. Nem sempre.”

As três experiências 

“Espero em Deus não viver do passado. Ter sempre o tempo presente e, mesmo ilusório, ter algo no futuro.
  O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna. E depois morrer vai ser o final de alguma coisa fulgurante: morrer será um dos atos mais importantes da minha vida. Eu tenho medo de morrer: não sei que nebulosas e vias lácteas me esperam. Quero morrer dando ênfase à vida e à morte.”

Agradeço sua leitura e até ao próximo post.

A comunicação muda

O que nos salva da solidão é a solidão de cada um dos outros. Às vezes, quando duas pessoas estão juntas, apesar de falarem, o que elas comunicam silenciosamente uma à outra é o sentimento de solidão.

Clarice Lispector, em Aprendendo a Viver

Lendo as crônicas escritas por Clarice Lispector e reunidas no livro Aprendendo a Viver deparei-me com o trecho acima, daí lembrei da música Modern Loneliness do artista americano Lauv, que canta a solidão moderna.

Até ao próximo post!

Baú aberto 25 – Aniversário

Faz tempo que não escrevo nada para ser colocado neste baú. Escolhi hoje para voltar a abri-lo por ser um dia especial.
É, hoje é o meu aniversário. Aconteceu de ser feriado na Bélgica, e assim ter tempo para escrever.
Esta semana conheci uma música que eu acho que nunca a ouvi antes. Conheci-a ao assistir o show de jubileu da rainha. Eu não conhecia também a banda. Fui pesquisar sobre a banda ainda enquanto assistia sua apresentação. E perguntei-me: Como nunca ouvi essa música? E a banda? Onde eu estava com a cabeça quando foi lançada?  Afinal, representa um gênero musical que rapidamente me identifico. Linda melodia e letra.
É, neste dia eu fui um dia bonito para alguém. “Alguém” muito especial, a minha mãe. É graças a minha mãe que me espelho para vencer os obstáculos que vão surgindo. O medo é grande, é como se ainda eu fosse criança a precisar de colo. Quem sabe a minha história, sabe que só o amor explica, mas nem todos sabem ser amados, e buscam aventuras de tostões. Eu entendo que precisamos viver o presente, pois é o que temos, mas isso não valida riscar o respeito, o companheirismo, esquecer as lutas e as vitórias. Há limites para tudo, principalmente para a falta de respeito. Isso vale para todas as relações que temos. Eu dei o meu melhor, mas parece não ter sido suficiente. Eu vivo o presente, mas sem esquecer que posso ter ainda um amanhã e dias bonitos. Sigo de cabeça erguida. 
Passou na minha vida um trem que parecia querer ir até ao fim do trilho. Engano. Um trem perturbado que acabou por não se revelar realmente um trem, mesmo assim fui empurrando os vagões, mas o trem insistiu várias vezes em seguir outros caminhos por mais que eu e outros conhecedores dos trilhos da vida avisa-se sobre as consequências de seguir outro trilho. Até que chegou o limite das minhas forças. E pensei: O que eu estou a fazer comigo? Chega! Sigo a trilha com meus dois preciosos vagões. 

Hoje era esperada muita chuva, mas amanheceu um dia lindo de céu azul. A primeira mensagem que li foi de minha mãe e agradeci por ainda poder receber mensagens dela.

Um dia como este. Vamos ouvir?

Agradeço a leitura e até ao próximo post!