Os bondes de Lisboa

Se deambular por Lisboa (aqui) é um prazer, acrescentar uma viagem em seus bondes elétricos ou funiculares é uma viagem no tempo.
Mais do que um meio de transporte é uma atração turística, cujo início se deu puxados por cavalos. Tornaram-se elétricos no início do século XX, e até hoje sobem e descem as belas colinas de Lisboa distribuindo charme e encanto. 

A magia de voltar no tempo existe em Lisboa. Embarca!

Agradeço sua atenção e até ao próximo post! 😉

Deambular por Lisboa

Deambular por Lisboa é revelar o que não se deu a atenção devida.
Olhar de outra posição e descobrir os seus segredos, onde não se espera. Um pouso inesperado. Seguir por recantos sem turistas para chegar aos tesouros da cidade. Ou ainda estar onde todos chegam e partem com pressa, sem tempo de admirar o que os cercam.
Lisboa esconde os seus segredos em suas ruas estreitas, em suas colinas e monumentos, mas os revela para quem a admira e a considera bela.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

A vida que há nos azulejos, Lisboa

Os azulejos fazem parte da identidade cultural de Portugal, mas eu iria além desta frase, e diria que é uma arte que dá inspiração, talvez capaz de curar a tristeza, de iluminar dias cinzentos como os da Bélgica, e até refletir.

O azulejo foi empregado ainda no tempo do antigo Egito e Mesopotâmia. Propagou-se na Península Ibérica através de artesãos muçulmanos. E, hoje, podemos encontrá-los em todos os países lusófonos, sem dúvida uma herança artística. Eu o encontrei também dentro de uma lavandaria lisboeta. Passava pela calçada, e a primeira vista pensava se tratar de uma pintura na parede ou um papel de parede, resolvi recuar e entrar para conferir. O resultado foi esta foto que não fez jus à sua beleza, eu sei. O espaço para foto não era adequado e haviam clientes à espera que eu despachasse com a foto. (risos)

Os casarios de Lisboa que por si só são admiráveis, então com os azulejos dão um toque de alegria. Nas paredes parecem mandalas, perfeições geométricas, alguns coloridos em harmonia para dar charme a uma fachada.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Encontro com a poesia, em Lisboa

O meu passeio a Lisboa começou no blog com um desabafo (aqui), mas hoje trago a beleza da poesia. Passear com olhos na poesia por uma cidade que continua bela é sempre muito agradável. 

Encontrei-a ao entrar na A Ginjinha. Enquanto saboreava a bebida deliciosa da casa, divertia-me a ler a poesia popular de um lado e do outro lado da porta de entrada. De um lado o Matheus, do outro Dona Fedúncia, em português antigo.

O Matheus é um chòchinha,
Mais geio que um camaféu,
Magro, tísico, um fuínha,
Nunca na vida bebeu,
Nem um copo de ginjinha.
O irmão que sabe a virtude
D’Esta divina ambrosia,
É gordo como um almude,
Bebe seis copos por dia,
Por isso gosa saude.

 

 

 

 

Dona fedúncia da costa,
Delambida e magrizela,
Fez de ser tôla uma aposta,
Diz que ginjinha nem vê-la,
Porque, coitada, não gosta.
E a ama de um reverendo,
Que é das bandas da barquinha,
Tem um aspecto tremendo,
Bebe aos litros de ginjinha,
E é isto que se está vendo.

 

Andando à noite, próximo ao rio Tejo, encontrei a poesia da escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Pirata  Casa Branca, Paisagem, eram algumas das poesias que li nesta bela homenagem.

Já andando de dia encontrei mais uma homenagem à mesma escritora.

Esperar um trem (comboio) passa a ser agradável quando se está na estação Saldanha. Cheguei mesmo a desejar que o comboio levasse mais tempo a chegar. Fiquei a saber que são poemas de Almada Negreiros, em Rosa dos Ventos.

 

 

Destaco o desta foto: 
“Os olhos da nossa 
memória vêem melhor 
do que os nossos.”

 

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Os espigueiros de Soajo, Portugal

A vila de Soajo, na região do Minho, não é só natureza. Por lá, também podemos admirar uma estrutura característica desta região, os espigueiros. Semelhante estrutura é encontrada também na região da Galiza (Espanha), e há relatos de sua presença também na Noruega e Suécia.

Espigueiros em Soajo próximos a uma escola primária

Os espigueiros são estruturas em pedra e madeira com a função de secar o milho. Possuem alguma elevação como forma de se proteger dos roedores. Costumam se localizar em zonas onde o terreno é mais elevado para permitir uma melhor secagem das espigas, principalmente no inverno, através das fendas laterais. 

Os espigueiros são além de tudo verdadeiras obras de arte popular com uma forte simbologia religiosa observada pela existência de uma cruz para proteção do elemento que constituirá o pão que alimentará a mesa de muitas famílias.

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Até ao próximo post!

Caminhos do pão e da fé, em Soajo (Portugal)

Mais um hiking em terras portuguesas. Desta vez, a vila de Soajo (Nov/2020) foi escolhida para seguir o percurso longo do conhecido caminhos do pão e da fé (Wikiloc). Há um caminho curto e outro longo. A caminhada  não foi difícil, seguindo calçadas razoavelmente conservadas, caminhos em terra e um curto trecho em estrada estreita.

brandas pastorícias

A natureza à volta convidava a seguir cada vez mais, tendo a companhia das vacas cachenas e ovelhas a pastarem.

Um percurso com séculos de história, passagem de vidas peregrinas movidas pela fé, sinais do cultivo do milho, da moagem do grão para o fabrico do pão, que foi um elemento de sobrevivência de gerações naquelas terras ao redor, a criação do gado com as brandas pastorícias.

antigo moinho

As levadas (canais de irrigação) estão sempre presentes nos percursos curto e longo dos caminhos do pão e da fé. Eram usadas para o regadio dos campos de cultivo, e para movimento dos moinhos que transformavam o grão na farinha.

levada (canal de irrigação)

Um percurso agradável de ser feito e que me fez relembrar uma das minhas primeiras memórias vividas em Portugal, conhecer e plantar um diospireiro (caqui). Também foi inesquecível o meu encontro frente a frente com uma vaca cachena, espécie típica de Portugal e Galiza (Espanha).

Um pouco desses momentos estão no vídeo (56 seg) que fiz. Vem comigo!

Até ao próximo post!
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Subir a Serra Amarela em Gêres (Portugal)

Parecia que o hiking seria fácil, apenas 10,9 km e o máximo de 946 m de elevação.  O dia estava lindo. O percurso foi escolhido utilizando a app Wikiloc: Serra Amarela – Ermida + Bilhares + Martinguine + Viduak.

A cada curva a natureza revelava todo o seu encanto, e a trilha sonora era o som de pequenas cachoeiras.

Até que se chegou à Branda de Bilhares. O que parecia ter sido uma pequena aldeia que vivia do pastoreio e cultivo, sobretudo no Verão.

Pelo caminho ainda avistamos várias cachoeiras. A água era bastante fresca. E a subida seguiu em bom ritmo.

Até que alcançamos o topo da trilha escolhida. Por algum tempo exploramos os pequenos detalhes da natureza. Não podíamos passar muito tempo. O pôr do Sol era por trás de uma colina e começava a arrefecer. Tínhamos que ser rápidos. 

Em princípio uma descida era para ser fácil, mas na prática não foi isso que aconteceu. O caminho revelou uma vegetação não indicada no aplicativo. Muitos degraus em pedra que à medida que se aproximava do riacho tornavam-se escorregadios. Erramos o caminho, sofremos com a vegetação cerrada do caminho errado. Já pensávamos em passar a noite por ali, molhados até ao joelho devido a travessia do riacho que não era necessária. Não seria prudente. Seguimos. Logo veio a noite, os celulares se aproximavam do fim da bateria.

O meu silêncio na volta foi notado pelo meu filho mais velho que passou a caminhar colado a mim. A sua sensibilidade tinha razão. Era um mal sinal que eu emitia sobre o meu limite mental. A condição física estava boa, mas a mental sofria. 

antes da descer a Serra Amarela

Reencontrar Bilhares foi um alívio.  Faltava “pouco”. O céu à noite era lindo. Na Bélgica não vejo a beleza de tantas estrelas e constelações.

Cada momento era precioso, e assim, na descida não houve fotos. Apenas um vídeo caseiro às escuras. Já no caminho correto e sem obstáculos, essa foto foi o único registro. Uma respeitosa salamandra que atravessava o caminho.

E o vídeo que fiz da subida…

Até ao próximo post!

Ermida, uma pacata aldeia

A aldeia Ermida está localizada no Parque Nacional Peneda-Gêres (Portugal), rodeada de natureza, cascatas e pastos. Para se chegar até a aldeia é preciso percorrer as curvas estreitas da serra com cautela, pois também pode se deparar com um pequeno rebanho de ovelhas.

Já bem próximo de se chegar à aldeia avista-se ao longo da estrada pequenas cachoeiras. É lindo e reconfortante. 

O mais interessante é que essa aldeia portuguesa vive em regime comunitário. O povo reúne-se para decidir os problemas da pequena aldeia, bem como juntos revivem tradições antigas como a pastorícia. Cada família contribui para a limpeza dos caminhos por onde passa o gado. O miradouro foi construído graças a contribuição dos moradores. 

Caminhei numa manhã  por suas ruas estreitas ainda com marcas no chão da passagem de algum gado e observei a existência de pouca população e avistei apenas 3 crianças, de uma das casas ouvia-se o som de uma rádio portuguesa. Também avistei alguns espigueiros em pedra que eram utilizados para secar o milho. Não há mercado, nem restaurante, nem padaria. Algum comércio só a cerca de 4 km. Assim é a pacata aldeia de Ermida.

espigueiro
espigueiro

Aqui o curto vídeo que fiz…

Até ao próximo post!

A beleza na simplicidade

Por todos os caminhos que andei na região do Alto Minho encontrei esta flor que com sua simplicidade alegrava a trilha. Seu nome é açafrão-bravo (crocus serotinus).
Esta espécie surge durante as primeiras chuvas do Outono Ibérico em terrenos secos e pedregosos.
Sem dúvida, a felicidade está na beleza das pequenas coisas.

açafrão-bravo
açafrão-bravo
açafrão-bravo

Até ao próximo post!

Alto Minho, Portugal

Seguindo do Porto para a pequena e sossegada aldeia de Ermida (Parque Nacional da Peneda-Gêres), pouco mais de uma hora, já me tinha esquecido de como era viajar sentindo o agradável cheiro de eucalipto. 

Chegámos à noite na aldeia, e só na manhã do dia seguinte foi possível vislumbrar a natureza à volta e ouvir o chocalho do gado.

Ermida
Ermida

Em próximos posts contarei como foram as duas caminhadas (hiking) que realizei com a família, em Ermida (10,9 km) e Soajo (5,81 km), durante o chamado Verão de São Martinho, quando no Outono ocorre uma pausa, e o Sol e calor retornam por uns dias para aquecer o São Martinho (11 de Novembro). É o momento da tradição de saborear as castanhas portuguesas com jeropiga, água-pé, ou ginjinha, mas acompanhei com um bom moscatel de Setúbal.

Foi agradável voltar a saborear alguns pratos da culinária portuguesa e o vinho verde da região, mesmo que em take away devido a situação preocupante com a segunda onda da pandemia.

Tripas à Moda do Porto
Francesinha

E ainda mais a contar, … esse meu inesquecível encontro frente a frente. Vem comigo!

Até ao próximo post!