Sabores suecos em Malmö

Gosto de encerrar a sequência de posts sobre uma cidade trazendo um pouco de sua gastronomia.

Aqui vai o pouco que provei da gastronomia sueca, e como não poderia deixar de ser, ou melhor, de provar as autênticas almôndegas suecas, Köttbular. Quem já esteve numa loja sueca, sabe do que estou a falar. No entanto, o sabor em terras suecas é muito melhor. A versão que comi não era acompanhada de purê de batata, mas com batatinhas cozidas, lingonberry, pepino, salsa e o molho tradicional à base de natas.

Outro famoso é o Kanelbulle. Uma massa em caracol cuja textura lembra o pão doce com canela e açúcar em flocos.

Ainda fiquei namorando as vitrines da pastelaria com outras obras da pastelaria sueca. Reconheci o outro famoso, o Princesstårta (torta da princesa). Já o provei e não estava disposta a essa bomba calórica.

Para terminar esse passeio em Malmö, segue o vídeo que fiz.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Continuando em Malmö, Suécia

Chegamos ao centro histórico de Malmö. Mais precisamente na Lilla Torg, uma praça que foi criada no séc. XVI. Apesar de cercada de restaurantes com esplanadas ainda é possível tentar imaginar como era a vida por aqui naquela época.

Num dos cantos da praça ainda está preservada uma antiga cabine telefônica que faz a festa aos turistas com suas fotos.

Ainda nesta praça pratiquei o Geocaching. Atividade que tenho praticado durante os meus passeios e viagens. Algumas vezes não tenho sucesso em encontrá-las. Desta vez, eu tive sucesso.

A caminhada pelas ruas de Malmö prossegue. Encontro prédios que devem estar carregados de histórias. Observo a engenharia que os mantém firmes. Quatro linhas de tijolos separadas por uma peça de alvenaria mais robusta. As vergas das janelas.

Chego a uma praça maior, no “coração” da cidade. É a Stortorget! Também do século XVI com o prédio da prefeitura, a fonte que não estava funcionando e a estátua equestre do rei Karl X Gustav. Aproveitei para nela imitar uma pose que fiz aos 3 anos de idade no Rio de Janeiro.

Ao sair por um dos cantos da praça deparei-me com essa divertida e carismática bandinha. Eles estão na Södergatan.

Seguimos em direção a Igreja de São Pedro (Sankt Petri Kyrka). O seu estilo gótico não podia deixar de ser admirado durante essa caminhada.

Bem próximo, encontrei esta estátua em bronze de 1940 chamada Emigranterna. O criador Carl Milles colocou 7 pessoas sentadas sobre um peixe. Observei que duas delas estão a ler. Dá o que pensar!

Antes de voltar para Copenhaga, um último olhar para Malmö sob pontes. O antigo, o moderno e a água.

Esperar o trem para retornar a Copenhaga foi como se estivesse numa sala de cinema. Saudades!

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Atravessando o Øresund

Conhecer Copenhaga e saber que terras suecas estão bem próximas é uma tentação.
Então vamos pegar um trem e atravessar o Estreito de Øresund. Pontualidade, limpeza e vagões em que era proibido falar alto ou fazer barulho chamaram-me logo a atenção. Uma realidade diferente da que estou habituada. 

Os primeiros passos, os primeiros olhares para este país que sempre desejei conhecer. Começo a admirar os seus primeiros prédios. É a cor da Suécia! É Malmö!

Anda-se e chega-se a uma espécie de canal onde de um lado estão estes primeiros prédios avistados e do outro lado a modernidade de uma nova Malmö como o prédio da biblioteca da Universidade de Malmö.

Eu tinha ouvido falar que a cidade era um pólo industrial, comercial e portuário, e que nada de encantador havia. Uma cidade em que os turistas que visitavam Copenhaga aproveitavam um bate e volta para dizer que tinham estado na Suécia. Não foi bem essa ideia que tive da cidade. Vi uma Malmö como exemplo de urbanização e com a arquitetura antiga em harmonia com a moderna. Assim é o símbolo da cidade, o Turning Torso com os seus 190 m, 54 andares, marcados em cubos de 6 andares. O mais alto prédio da Suécia.

A caminhada continua em direção ao centro, passando pelo Castelo de Malmö que atualmente abriga exposições. Ele foi construído pelo rei Cristiano III da Dinamarca. Um exemplar da renascença nos países nórdicos.

E no meio do caminho havia um corvo. Haviam vários corvos, na verdade. Um deles foi o que me chamou a atenção e deixou-se fotografar. Logo pensei no cinema de Ingmar Bergman. E depois olhei para outra ave, mas que desconheço o seu nome.

Atravessamos um agradável parque e o prédio do Casino de Malmö.

A caminhada segue até chegar ao centro da cidade, e os passos pelo centro ficarão para um próximo post. Aguardo-te lá também. Até logo!

O Museu da Inocência, o livro

O escritor turco Orhan Pamuk, Nobel de literatura 2006, traz-nos uma história de amor em O Museu da Inocência (2008). Na verdade, um amor obsessivo de um homem com trinta e poucos anos, classe rica, por sua jovem prima distante, de classe média.

Em seus 83 capítulos, o escritor leva essa história atravessando as ruas de Istambul, a história política do país no século XX, e sua indústria cinematográfica.

Confesso que me cansei várias vezes ao ler. O amor do personagem masculino era algo sufocante, um sofrimento que durou anos. Senti que sua amada não correspondia na mesma intensidade. Ela vivia em seu pequeno mundo de egoísmo. A idolatração do personagem masculino é só compreendido por quem já amou. Por isso, parei por dias a leitura para sair do mundo da história de Pamuk. Era uma agonia que só poderia terminar com a morte. O personagem principal constrói um museu em tributo à sua amada com a coleta e armazenamento de objetos tomados pelo sofrimento de uma ferida psicológica.

No fim do romance, o escritor caminha para fora daquela bolha, e traz-nos o que considero uma homenagem aos museus de todo o mundo, e também aos colecionadores. Ele passa a descrever com paixão sobre vários museus em diferentes partes deste planeta. Assim, surge o Museu da Inocência.

Foi um prazer chegar até a porta deste museu criado em 2012 pelo escritor Orhan Pamuk com objetos reais para uma história fictícia. Um museu para um romance literário. O trânsito na bela e agitada Istambul não é fácil, e eu cheguei após a hora de fecho. A agenda não permitia uma nova tentativa.

O seu endereço é: Cukurcuma Caddesi, Dalgic Cikmazi, 2 Beyoglu, Istambul 34425 Turquia.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

No mercado em Copenhaga

Ao viajar descobri que uma das melhores formas de se conhecer um país é conhecer o(s) mercado(s) das cidades. Assim foi em Copenhaga.

O mercado ocupa duas áreas adjacentes. No seu exterior estão os agricultores e floristas locais. No interior das duas construções estão produtores de diversas iguarias.

O mercado é também um excelente local para uma refeição típica. E estando na Dinamarca, não se pode deixar de saborear o típico Smørrebrød. Recomenda-se 2 a 3 por pessoa. A escolha caiu sobre o Hønsemor e o Æg x Troffel feitos no momento.

Havia outra loja no recinto, mas os Smørrebrød já estavam preparados.

O mercado é também perfeito para se conhecer a pastelaria local. Foi o caso desse deleite em forma de sanduíche de geléia de framboesa entre duas camadas de biscoito amanteigado com cobertura de framboesas secas finamente picadas. O Hindbærsnitter é dos deuses! :))

Os dinamarqueses são grandes apreciadores de café. Não é raro encontrar ambulantes motorizados de café no centro de Copenhaga. O mesmo acontece com hot dog.
O hot dog dinamarquês vem com uma salsicha maior que o pão e o recheio é acompanhado de pepino em conserva. Essa é a maneira típica de ser servido.

Eu comi esse hot dog em frente ao prédio da prefeitura da cidade, Rådhuspladsen. Nessa mesma praça há um banheiro público, em direção a estação de metrô. Por que estou escrevendo isso? :))) Porque foi o banheiro público mais limpo que já vi! Mais limpo do que muitos banheiros de shopping, aeroporto, ou os vários banheiros belgas em que há cobrança de utilização. Não há diferença de sexo! É um grande salão com cabines e ao centro estão os lavatórios. Aliás, desde o primeiro post sobre Copenhaga (aqui) que descrevo sobre a limpeza que observei neste país. 

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

O Padre Voador, curta

Relembrar o seu primeiro trabalho, ou o início de sua carreira profissional, seguir a sua evolução pessoal, e claro, o inevitável comparar com os seus últimos trabalhos, ou o seu atual nível profissional, pode resultar em diferentes reações e análises. Não é verdade? “De olhos bem abertos” em toda a sua evolução, desde o início, algumas características ou marcas de seu trabalho seguem vivas em toda a trajetória até sua última obra. Já pensou nisso? Identificou-as?

Foi esse exercício que fiz ao ver um dos primeiros trabalhos do Stanley Kubrick. O ainda fotógrafo de 22 anos dirigiu o curta-metragem O Padre Voador (Flying Padre, 1951). Naquele momento de sua vida profissional ninguém imaginaria que ele produziria Laranja Mecânica, 2001 Uma Odisseia no Espaço, De Olhos Bem Fechados, e tantas outras obras do cinema. O Padre Voador é uma obra tão diferente do que conhecemos de Kubrick. Inacreditável! No entanto, as suas marcas estão presentes desde o início ao fim de sua carreira. A começar pelo domínio da fotografia nos seus trabalhos, luz e profundidade. A música e a maneira como uma história é contada em seus filmes. O cuidado como tudo se encaixa no filme, marca da sua personalidade perfeccionista.

Em O Padre Voador, Kubrick transforma o padre em um herói. Pouco menos de 9 min que não sei qual terá sido o objetivo deste simples trabalho, mas que já começa a nos apresentar a estrela que irá surgir para o cinema.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Viajando com Jambalaya

Ler A Arte de Viajar abriu a minha mente sobre o conceito de viajar. Eu fiz um post em 2015 sobre esse livro especial em minha vida (aqui).

Consigo até estar em dois ou mais lugares no mesmo dia. Na literatura ando a viajar em Portugal, no meu trabalho viajo em ruas da cidade que vivo despertando para novos cantos, e dentro de casa, na cozinha, fui até ao Sul dos Estados Unidos, Louisiana.

O resultado da viagem de sabores foi este prato típico, Jambalaya. Resultado da miscigenação que ocorreu naquela região dos Estados Unidos. Um prato colorido com carne, vegetais e temperos. Desta vez não trago a receita, porque observei que há adaptações do prato fora da América. Alguns cozinham com frango, linguiça e camarões, e preparam o tempero cajun utilizado originalmente na receita. Uma busca pela receita na Internet mostrará várias versões. Eu fiz com carne de porco, chouriço e utilizei o tempero cajun já pronto. Segui as instruções do chefe Jeroen Meus, programa belga Dagelijkse Kost. O resultado foi um prato alegre. Bom apetite! 😉

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!