Os bondes de Lisboa

Se deambular por Lisboa (aqui) é um prazer, acrescentar uma viagem em seus bondes elétricos ou funiculares é uma viagem no tempo.
Mais do que um meio de transporte é uma atração turística, cujo início se deu puxados por cavalos. Tornaram-se elétricos no início do século XX, e até hoje sobem e descem as belas colinas de Lisboa distribuindo charme e encanto. 

A magia de voltar no tempo existe em Lisboa. Embarca!

Agradeço sua atenção e até ao próximo post! 😉

Deambular por Lisboa

Deambular por Lisboa é revelar o que não se deu a atenção devida.
Olhar de outra posição e descobrir os seus segredos, onde não se espera. Um pouso inesperado. Seguir por recantos sem turistas para chegar aos tesouros da cidade. Ou ainda estar onde todos chegam e partem com pressa, sem tempo de admirar o que os cercam.
Lisboa esconde os seus segredos em suas ruas estreitas, em suas colinas e monumentos, mas os revela para quem a admira e a considera bela.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

6 on 6: The colors of the rain

Janeiro despediu-se com a promessa de um ano que acelera seu passo, e já nos encontramos no dia 6 de abril, marcado pelo Projeto Fotográfico 6 on 6, cujo tema inspirador é “The colors of the rain“. Durante meu tempo em Portugal, o mês de abril sempre me trazia à mente o ditado “Abril, águas mil“. Acabei por descobrir que há outra versão ao provérbio, ou ele é mais longo do que dizem: “Abril águas mil, coadas por um mandil, e em Maio três ou quatro. Em Abril queijos mil, e em Maio três ou quatro.”

Na Bélgica, a espera pelas “águas mil” de abril é desnecessária. Aqui, praticamente todos os dias são um reflexo do abril português, com a peculiaridade de que o clima belga exibe um temperamento mais variável. Num único dia, podemos experimentar todos os níveis de precipitação, desde um sol radiante até uma súbita granizada ou chuvas passageiras que escolhem seus locais de queda com capricho.

O leitor, talvez, tenha a curiosidade de saber se gosto de chuva. Respondo que prefiro o equilíbrio climático. O excesso e a escassez cansam o meu ânimo. Quem me dera que o “santo” das chuvas buscasse tratamento terapêutico!

Um pombo cinzento descansa sob uma casinha de jardim bege contrasta com o cinzento mais escuro da mesa de jardim. Sobre esse ambiente vagueiam os tons de cinza das nuvens.

Estou na paz do campo. De um lado da estreita rua estão ovelhas brancas. Talvez, não tão brancas com a lama do recinto, mas a chuva acaba por tratá-las.

Duas lindas e vigorosas vacas percebem a minha presença e se aproximam. Também elas desejam ser modelos sob a chuva leve que cai.

Por um instante, a cidade ao longe chama minha atenção. O contraste do verde do pasto com o cinza do concreto da cidade merecem um clique.

Terminei mais um dia de trabalho. Chove, claro!  Chover é normalíssimo aqui. Quando a chuva faz uma trégua, a cidade torna-se frenética. Todos querem aproveitar os raios do Sol. Viver a luz. Não apenas a luz dos carregadores dos carros eléctricos.

O asfalto que está tantos dias está molhado fez-me lembrar quando eu morava em Recife, e ao fim do dia muitos moradores regavam a calçada e até mesmo a rua para baixar a poeira. Nesses momentos, quando o asfalto reflete como espelho, dá saudade de Sol, calor e até da poeira alegre cantada por Ivete Sangalo: levantou poeira!

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

Participam deste ptojeto: Claudia Leonardi – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Ortega – Roseli Pedroso

Endereço Desconhecido, o livro

Há coincidências inexplicáveis na vida. No dia 31 de Março conclui a leitura de um livro que há algum tempo buscava lê-lo, “Endereço Desconhecido“, de Tiago Salazar.
Esse desejo de leitura surgiu ao relembrar o programa de mesmo nome que eu não perdia nenhum episódio e, que o jornalista e escritor português Tiago Salazar tinha na Rádio e Televisão Portuguesa 2. 
Eu que escrevo aqui no blog sobre as minhas viagens e outras “viagens”, tenho-o como inspiração. O seu contato com o povo era o que eu mais gostava nos vários episódios que assisti.
Eu já tinha lido outro livro dele, A Casa do Mundo em 2013. Em Endereço Desconhecido, as viagens do escritor à República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia, Hungria, Bulgária,  Romênia, Chipre e Malta são descritas com seu estilo ùunico, de forma que eu tive vontade de retornar aos países que já estive, e para os que ainda me faltam conhecer, tomei referências. 
No dia 1 de abril, até parece mentira, o Tiago Salazar passou a seguir O Miau do Leão no Instagram. Ao ver, como sou sua fã, pensei: Não durmo hoje, pois é muita “areia” para o meu “caminhão”. :))
Infelizmente, o programa não existe mais e não o encontro no YouTube.
Assim, selecionei um vídeo antigo no YouTube para que possam conhecê-lo. E até ao próximo Endereço Desconhecido.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

Marvin Gaye, em Oostende (Bélgica)

Hoje, 1 de abril de 2024, fazem quarenta anos da morte do cantor de soul americano, Marvin Gaye.  
Algumas de suas músicas estão sempre presentes em minha playlist.
Sempre tenho a curiosidade de saber como surgiu a letra de uma canção que gosto. Hoje descobri que um dos maiores sucessos de Marvin Gaye, “Sexual Healing”, foi composta aqui na Bélgica, em Oostende (litoral). 

Fotos de The Brussels Times

Era 14 de fevereiro de 1981 quando ele atracou de barco em Oostende, sua vida não corria bem com o fim do segundo casamento, luta contra a dependência em drogas e dívidas, apesar de seu sucesso com Grapevine.  
Ele ficou em casa de uma família amiga belga onde viveu como uma pessoa comum. Em agosto de 1982 teve que partir devido a problemas de visto. No casino da cidade há uma estátua de Marvin Gaye ao piano. Em 1 de abril de 1984 foi morto por seu pai após mais uma forte discussão.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

Os gatos de Istambul

É verdade que devido a alguns traumas com animais, nunca tive muita aproximação com eles, até mesmo gatos, mas é impossível ir à Istambul e não admirá-los. Eles estão por todos os lados, à solta, ao contrário do que acontece na Bélgica. Em Burgazada, ilha próxima de Istambul, um gato caiu sobre minhas coxas, enquanto eu tentava cochilar num banco de praça. Eu tomei um bom susto, quando senti algo fofo, e ligeiramente morno, despencar sobre mim. Um momento divertido em viagem.

Na Turquia, os gatos são vistos como símbolos de boa sorte, prosperidade e limpeza. Uma das razões pelas quais os gatos ocupam um lugar especial na cultura turca é que eles eram considerados sagrados nos tempos antigos e eram associados à deusa Ártemis, que era associada à lua, à caça e à virgindade.

A ascensão dos gatos em Istambul remonta aos povos que colonizaram a cidade, os otomanos. Os poderosos otomanos adoravam os gatos com base na sua limpeza e na sua capacidade de caçar. Como resultado de sua longa história com gatos, os felinos se tornaram uma parte essencial da cultura turca e da cidade de Istambul.

Há até mesmo placa de trânsito para eles “kedi çikabilir”, algo como “gato pode sair”. E também há abrigos nas ruas para estes felinos.

Não apenas encontrei gatos soltos, outros animais na Turquia parecem se sentir à vontade. Assim foi um cão em Istambul e algumas galinhas estilosas em Burgazada

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

Um pouco de cultura neerlandesa a caminho dos moinhos

Uma ida para conhecer o encantador Kinderdijk acaba-se por também mergulhar em um pouco mais da cultura holandesa.
Enquanto estive na área do Kinderdijk passaram por mim várias bicicletas. Os holandeses, assim como os belgas, têm o gosto por pedalar. Essa bicicleta com publicidade de um famoso ketchup conquistou-me. Paixão à primeira vista registrada em foto. No momento, lembrei de minha Caloi vermelha que citei em um dos posts 6 on 6.

Caminhar pelas ruas de Alblasserdam, cidade que abriga o Kinderdijk, renderam olhares para os mais diferentes klompen, os famosos tamancos em madeira tipicamente holandeses. Eram calçados, em madeira, ideais para os terrenos lamacentos quando o couro era um produto inacessível para agricultores ainda na Idade Média.

Mais uma vez, tanto nos Países Baixos como na Bélgica, há uma certa tradição de no local onde está o número da casa também há o primeiro nome de todos que vivem na casa. Algumas vezes está apenas o nome da família, ou ainda, o nome de família de cada membro do casal. Particularmente, agrada-me, pois dá-me uma sensação de sólido, de para sempre. Infelizmente, algumas vezes o para sempre, sempre acaba.

Ainda a caminho do Kinderdijk ouvi a música que representará os Países Baixos no Eurovision 2024. E foi mais um momento de conhecer algo mais sobre a cultura deste país. A música tem o ritmo Hakken, que significa calcanhares, ou saltos altos, ou ainda o verbo cortar. É um ritmo criado pelo DJ Darkraver de Haia, uma forma de rave dance ligada a uma sub cultura, os gabbers, nos anos 90. Haja energia e bons tamancos!

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Os moinhos Kinderdijk, Holanda

Há muito eu desejava conhecer esse conjunto de moinhos. Sempre no intervalo de um jornal televisivo local passa uma imagem destes moinhos, e eu sempre dizia que um dia gostaria de ir lá. Finalmente, chegou o dia. E chegou por acaso, sem ser planejado. Após semanas entre dias nublados ou chuvosos, o Sol sugiu, e a regra é não ficar em casa.

Não se sabe ao certo de onde vem o nome Kinderdijk. São 19 moinhos que estão nomeados como Património Mundial da UNESCO desde 1997. Um local onde ainda pode se ver toda a tecnologia de gestão da água da Idade Média. Há caminhos à pé ou para bicicleta. Também é possível fazer passeio de barco. Alguns aproveitam um belo dia para pescar.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Um pedido especial (A special request)

O meu filho Miguel fez um curta metragem como trabalho escolar da disciplina de holandês. O curta metragem é sobre o livro Trem Noturno para Lisboa, de Pascal Mercier. O filme está em competição. Então, eu gostaria que o querido leitor deste blog o assistisse e se gostares dá “gosto” no YouTuBe. Obrigada!

My son Miguel made a short film as a school project for his Dutch subject. The short film is about the book Night train to Lisbon, by Pascal Mercier. The film is in competition. So, I would like the dear reader of this blog to watch it and if you like it, give it a “like” on YouTube. Thanks!

Até ao próximo post!
P.S: Miguel é o que tem barba e óculos. 🙂 Miguel is the one with the beard an glasses. 🙂

A vida que há nos azulejos, Lisboa

Os azulejos fazem parte da identidade cultural de Portugal, mas eu iria além desta frase, e diria que é uma arte que dá inspiração, talvez capaz de curar a tristeza, de iluminar dias cinzentos como os da Bélgica, e até refletir.

O azulejo foi empregado ainda no tempo do antigo Egito e Mesopotâmia. Propagou-se na Península Ibérica através de artesãos muçulmanos. E, hoje, podemos encontrá-los em todos os países lusófonos, sem dúvida uma herança artística. Eu o encontrei também dentro de uma lavandaria lisboeta. Passava pela calçada, e a primeira vista pensava se tratar de uma pintura na parede ou um papel de parede, resolvi recuar e entrar para conferir. O resultado foi esta foto que não fez jus à sua beleza, eu sei. O espaço para foto não era adequado e haviam clientes à espera que eu despachasse com a foto. (risos)

Os casarios de Lisboa que por si só são admiráveis, então com os azulejos dão um toque de alegria. Nas paredes parecem mandalas, perfeições geométricas, alguns coloridos em harmonia para dar charme a uma fachada.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!