Trem Noturno para Lisboa, o livro e o filme


Você tem a sensação de que as pessoas o veem como é? 
Essa pergunta algures no livro é a chave para entender o professor suíço Gregorius e o escritor-médico português Amadeu de Prado.
Gregorius larga a sua rotina em busca de conhecer alguém que parece ter escrito para ele. De repente está em um trem noturno para Lisboa. E, de repente, ele vive outra vida em Lisboa durante o regime Salazarista. 

O filme não é igual ao livro de Pascal Mercier. Algumas cenas foram realizadas diferentes do que se passa no livro. Alguns personagens do livro nem sequer aparecem ou são mencionados no filme. O filme parece um trailer.
Esperava mais do livro, e o filme acaba por seguir o mesmo sentimento. Uma certa decepção.

E por falar em filme e trailer, a versão estudantil para um trailer para o livro rendeu dois prêmios: melhor filme pelo público e melhor filme pelo júri. Agradeço a todos que deram o seu “like” na equipe do meu filho.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

Um pedido especial (A special request)

O meu filho Miguel fez um curta metragem como trabalho escolar da disciplina de holandês. O curta metragem é sobre o livro Trem Noturno para Lisboa, de Pascal Mercier. O filme está em competição. Então, eu gostaria que o querido leitor deste blog o assistisse e se gostares dá “gosto” no YouTuBe. Obrigada!

My son Miguel made a short film as a school project for his Dutch subject. The short film is about the book Night train to Lisbon, by Pascal Mercier. The film is in competition. So, I would like the dear reader of this blog to watch it and if you like it, give it a “like” on YouTube. Thanks!

Até ao próximo post!
P.S: Miguel é o que tem barba e óculos. 🙂 Miguel is the one with the beard an glasses. 🙂

Itchy Boots, o canal

Hoje a dica não é de filme, nem de série. É de um canal no YouTube que poderia se tornar um filme, e que criamos o hábito de seguir como se fosse uma série, sempre à espera do próximo episódio, e desejando que nunca tenha fim.

Falo do canal “Itchy Boots”. Noraly Schoenmaker é uma holandesa, de 32 anos, que viaja pelo mundo com sua moto. Ela vendeu todos os seus bens para realizar este sonho. Atualmente, ela está em Ouésso, na República do Congo. As suas aventuras no continente africano são imperdíveis. Ela é sempre amigável com todos, e procura se comunicar com os nativos, mesmo em português. 

Eu poderia escolher vários vídeos que ela fez, mas optei por mostrar o último que vi, episódio 79, da 7a temporada. Fiquei admirada com a tranquilidade que ela exibiu ao ser negada a passagem por não ter um carimbo na sua carta internacional de condução. Todos os seus documentos estão corretos e não houve problemas em dezenas de países, mas um senhor na fronteira dos Camarões resolveu não permitir sua passagem. Ela não lhe deu dinheiro. Ainda é possível ouvir o senhor perguntar se não era casada, sabe-se lá com que intenção. 

Noraly é uma inspiração!

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

A Oeste Nada de Novo, o filme

O livro de Annie Ernaux traz o ambiente na França durante a Guerra de 1914. Quando terminei a leitura de O Lugar, vi o filme Im Westen Nichts Neues (A Oeste Nada de Novo, 2022) com cenas filmadas na região que também faz parte do livro de Ernaux. Vi-o com áudio em alemão. Sempre tive curiosidade sobre o que o outro lado da Guerra pensava e sentia. Hoje compreendo o engajamento dos jovens alemães. Foram enganados por uma falsa propaganda. Ao descobrirem não houve escolha. Era morrer ou morrer. 
O filme retrata bem o trabalho coadjuvante que há numa guerra. A primeira vez que vi algo assim num filme de guerra. O filme recebeu um merecido Oscar de melhor filme estrangeiro em 2023.
Ele ainda mostra o impressionante momento que ocorreu pouco antes da vigência do acordo de paz. O filme é baseado no livro homônimo de Erich Maria Remarque e já foi adaptado em outras duas obras.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

O Padre Voador, curta

Relembrar o seu primeiro trabalho, ou o início de sua carreira profissional, seguir a sua evolução pessoal, e claro, o inevitável comparar com os seus últimos trabalhos, ou o seu atual nível profissional, pode resultar em diferentes reações e análises. Não é verdade? “De olhos bem abertos” em toda a sua evolução, desde o início, algumas características ou marcas de seu trabalho seguem vivas em toda a trajetória até sua última obra. Já pensou nisso? Identificou-as?

Foi esse exercício que fiz ao ver um dos primeiros trabalhos do Stanley Kubrick. O ainda fotógrafo de 22 anos dirigiu o curta-metragem O Padre Voador (Flying Padre, 1951). Naquele momento de sua vida profissional ninguém imaginaria que ele produziria Laranja Mecânica, 2001 Uma Odisseia no Espaço, De Olhos Bem Fechados, e tantas outras obras do cinema. O Padre Voador é uma obra tão diferente do que conhecemos de Kubrick. Inacreditável! No entanto, as suas marcas estão presentes desde o início ao fim de sua carreira. A começar pelo domínio da fotografia nos seus trabalhos, luz e profundidade. A música e a maneira como uma história é contada em seus filmes. O cuidado como tudo se encaixa no filme, marca da sua personalidade perfeccionista.

Em O Padre Voador, Kubrick transforma o padre em um herói. Pouco menos de 9 min que não sei qual terá sido o objetivo deste simples trabalho, mas que já começa a nos apresentar a estrela que irá surgir para o cinema.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Man, o curta metragem

Continuando a trazer filmes para reflexão… 

Eu sigo o canal do Steve Cutts. Ele é um jovem ilustrador inglês que já trabalhou para empresas famosas como a Toyota, PlayStation, etc. Foi vencedor do Webby Awards em 2017. 

O seu canal é rico em curtas metragens que valem a pena ver. Ele tem também um blog com animações e ilustrações. Durante a pandemia produziu interessantes ilustrações sobre o que estivemos a viver. Olhar para essas ilustrações hoje faz-me pensar que louco tempo vivemos como a corrida ao papel higiênico nos supermercados. Infelizmente, o seu blog parece estar estacionado no tempo, mas se desejarem conhecer o seu trabalho: stevecutts.wordpress.com

Difícil escolher uma animação dele. Gosto de muitas. No entanto, acho uma genial, mais atual do que nunca, já que estamos à espera de ser divulgada a primeira mensagem alienígena. O fim é cômico. Acho que vamos merecer este fim.

Vamos ver MAN ?

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

O mundo segundo os filtros dos filmes

Esta semana estava vendo uma série da Netflix, e de repente o cenário ficou em amarelo. Logo deduzi que a situação se passava na fronteira EUA/México. Acertei. Lol

Daí, cheguei a essa imagem: O mundo segundo os filtros dos filmes. Claro, os EUA é apresentado como um país “normal”. O México e outros países latinos recebem o filtro em amarelo que significa sujo, poeirento, pobre. O Canadá sempre brilhante. O filtro em vermelho para Índia, talvez calor? Ou será por causa do curry? Lol. O Brasil em verde. Será que pensam que todo país é uma selva? Lol A Escandinávia e Leste da Europa aparecem em cinzento será depressão, nostalgia?

E vocês já observaram isso?

Agradeço a leitura e até ao próximo post!

O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão, o livro e filme

Finalmente, a minha primeira leitura concluída do ano foi para este livro do escritor francês-belga Eric-Emmanuel Schmitt. Suas obras estão traduzidas e encenadas em mais de 40 países. Eu li a versão em holandês (Meneer Ibrahim en de bloemen van de Koran), e vi o filme em francês (Monsieur ibrahim et les fleurs du Coran).

No Brasil, o filme recebeu o nome de Uma Amizade Sem Fronteiras.

O filme (2003) tem o famoso ator egípcio Omar Sharif como o senhor Ibrahim. Sua presença dá vida ao filme que em grande parte corresponde ao livro. Dois personagens de religiões e gerações diferentes, que criam uma sincera amizade.

A história passa-se nos anos 60, e o livro/filme cita Brigitte Bardot que foi um dos maiores símbolos sexuais daquela época. O filme traz ainda uma boa trilha sonora com músicas daquela época.

Eu vi o filme 2 vezes, logo após ser lançado e este ano. É possível encontrá-lo no YouTuBe em francês, mas se tiver lido antes o livro irá perceber o filme mesmo que não entenda francês.

Duas passagens do livro/filme ficaram marcadas em minha memória. Uma delas é quando o senhor Ibrahim demonstra ao jovem Momo a importância de sorrir. Sorrir “abre portas”. E a outra passagem é quando, em viagem, o senhor Ibrahim explica ao jovem que quando não se vê caixotes de lixo nem sacos de lixo é um país muito rico,  Quando só há caixotes de lixo é rico. Quando há os dois nem é rico nem é pobre. Quando só há sacos de lixo é pobre. Quando há pessoas que dormem junto a sacos de lixo é muito pobre. Essa segunda passagem foi marcante para mim porque quando cheguei à Bélgica,  eu não sabia o que fazer com o lixo casual porque não se via caixotes de lixo nas ruas. Foi quando percebi que os indivíduos são responsáveis por guardar o seu lixo até encontrar um caixote ou levá-lo para casa fazendo a devida classificação.

O filme completo está (aqui). Segue o trailler…

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!

Vítimas da Tormenta, o filme

Continuo por buscar bons filmes antigos. Comecei com um filme do japonês Ozu (post), e agora é a vez do italiano De Sica com o filme Vítimas da Tormenta (Sciuscuà), 1946, Representante do neo-realismo italiano que mostrava a real condição da Itália pós-guerra.

Esse filme é sobre a história de dois garotos que ganhavam a vida engraxando sapatos, e como todos os jovens sonhavam com uma vida melhor. Jovens que com a inocência sonhavam em comprar um cavalo. Envolvidos numa trama de adultos têm o rumo de suas vidas já precárias transformadas numa vida sem perspectivas ao darem entrada num reformatório. O final do filme é triste. Valerá mais a amizade ou a liberdade? O filme é de 1946, mas a história continua a ser atual. Ele pode ser visto em preto e branco com legenda em português no YouTube (AQUI)

O cinema de Ozu

Foi ao ler o livro A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery (aqui) que tomei contato com o nome do diretor de cinema japonês Yasujiro Ozu. Um dos maiores nomes do cinema japonês.

Fiquei curiosa e escolhi ver o filme O Filho Único (1936) seu primeiro filme sonoro e gostei muito. Aliás, todas as citações que estão no livro de Barbery, que foi muito especial para mim, são para serem seguidas.

Ozu gostava muito de filmar na posição de tatami e os seus filmes tinham como tema principal os dramas familiares.

Em O Filho Único numa das primeiras cenas surge a frase “A tragédia da vida começa na relação entre pais e filhos“, Ryunosuke Akutagawa (escritor japonês).

O filme é em preto e branco, poucos diálogos. Há no filme toda uma leveza que é apaixonante. A relação entre uma mãe viúva e o seu filho único que partirá para Tóquio a fim de estudar e ser um grande homem como é o desejo da mãe trabalhadora que não mede esforços.

Acho que não ficarei só nesse filme de Ozu. Espero conseguir ver outros. O Filho Único conseguirá vê-lo no YouTuBe com legenda em português (aqui).

Para este post eu trago um curto filme sobre seus filmes. Espero que gostem.

Agradeço sua leitura e até ao próximo post!