Não me recordo de como cheguei ao livro A biblioteca da meia-noite (The midnight library) de Matt Haig, mas recordo que as palavras que compõem o seu título tiveram um grande poder de atração.
O livro começa com uma citação de Sylvia Plath que diz tudo sobre o que a leitura irá revelar. Um livro que eu não queria que terminasse, um livro com sabor de um bom vinho. Eu achei o livro fantástico.
“Não posso ser todas as pessoas que quero e viver todas as vidas que quero. Não posso desenvolver em mim todas as aptidões que quero. E por que eu quero? Quero viver e sentir as nuances, os tons e as variações das experiências físicas e mentais possíveis de minha existência.” Sylvia Plath

A personagem principal é Nora. Ela vive o que muitos de nós vivemos, os arrependimentos. Nora sentia-se como um buraco negro, uma estrela moribunda, colapsando sobre si mesma, apesar de ser admiradora do filósofo Henry David Thoreau, ela dizia que nada nunca acontecia e esse era o problema. E ela pensa que a morte é o remédio. É quando surge a Biblioteca da Meia-Noite que dá título ao livro. A biblioteca é o intervalo entre a vida e a morte, e onde ela é a fonte de seus problemas, mas também a solução, “o livro dos arrependimentos”.
E a meia-noite é quando toda vida nova é oferecida, onde você pode escolher as opções, mas não as consequências. E a única maneira de aprender é vivendo, e não esquecer que somos como a semente de uma árvore. A árvore é a nossa vida. Esta árvore produz ramos, que por sua vez produzirão outros ramos a cada momento. E se você ficar procurando pelo sentido da vida, então não irá vivê-la.
Nora, em uma de suas vidas, conclui que “a gente passa tanto tempo desejando que a vida fosse diferente, se comparando com outras pessoas e com outras versões de nós mesmos, quando, na verdade, a maioria das vidas contém um certo grau de coisas boas e um certo grau de coisas ruins.”
É fácil lamentar as vidas que não estamos vivendo, porque não exige esforço. E o arrependimento é o que nos faz encolher.
Foram três palavras com potencial que Nora aprendeu: EU ESTOU VIVA.
Para mim: UM LIVRO PARA SEMPRE.
Até ao próximo post!