Estou a ler Claraboia, de José Saramago, e encantada sobre a forma como ele descrevia os inquilinos de um prédio, e como ele construía os diálogos.
Várias vezes em minha mente vinha a vontade de ter esse talento. Um sonho! Não sei se é algo nato, ou se é possível trabalhar para chegar a esse nível de maestria, ou próximo, que tinha Saramago.
Destaquei para esse post um trecho curto de seu livro. Uma obra que foi escrita em 1953 sob o pseudônimo Honorato. Um Saramago ainda diferente do que aprendemos a conhecer, mas a genialidade já estava lá.
No fim do post trago outro genial, Roy Orbison. Nem lembro mais como nasceu essa paixão pelo trabalho do Roy. Lembro que não foi com Oh, Pretty Woman. A Love So Beautiful tem muito de mim. É uma música que sempre me emociona.
“— Por que será que a palavra «belo» custa tanto a dizer? — perguntou Isaura, sorrindo.
— Não sei — respondeu a irmã. — O certo é que custa. E, vendo bem, devia ser como qualquer outra. É fácil de dizer, são só quatro letras… Também não percebo.
Tia Amélia, ainda chocada pela sua incapacidade de há pouco, quis esclarecer:
— Percebo eu. É como a palavra Deus para os que creem. É uma palavra sagrada.”