Mais uma vez, Amsterdam

Apesar da Bélgica ser vizinha dos Países Baixos, só a pouco tempo surgiu a possibilidade de retornar a Amsterdam após 15 anos.
Há, com certeza, diversas formas de lá chegar, mas eu desembarquei sob o olhar do mágico da bola Johan Cruijff. Ainda não estou em Amsterdam, mas a emoção de estar quase lá vai tomando conta de mim. Não pensem em ir de carro até lá. Definitivamente, não é uma cidade para este tipo de transporte.

Agora sim, após longos anos, estou de volta a Amsterdam. Observo que a cidade não mudou muito, e continua atrativa como sempre. Penso no amigo Fernando, e em como ele gostaria de estar aqui a captar tantas imagens desta charmosa e alegre cidade. 

Às margens de um de seus canais avisto um banco com algo em dourado sobre o assento. Trata-se de um jornal dobrado em homenagem a uma ex-moradora da vizinhança, Diana Gemert, que em 10 de outubro de 2022 veio a falecer vítima de um incêndio em sua casa na Mauritsstraat.

Mesmo para mim que já vivo cercada da arquitetura flamenga espanto-me com a graciosidade das construções da cidade. As árvores ainda desprovidas de suas folhas deixam-se mostrar curiosos detalhes, como um gnomo sobre um telhado com algo em uma das mãos que parece ser uma maçã. As imagens que captei não transmitem um outro detalhe, o cheiro mais comum nas ruas. Quando estive há 15 anos atrás não me recordo de ser algo marcante, mas desta vez, o cheiro de cannabis parecia estar por todos os lados.

E as bicicletas?  Ah, elas também estão por todos os lados, e eu amo isso. Uma novidade foi encontrar muitos carros pequenos para uma ou duas pessoas. E claro, não esquecer das tulipas!

Amsterdam está cada vez mais cosmopolita para desespero de extremistas anti-imigração. Talvez, se eles tivessem parado alguns minutos para admirar o talento deste jovem músico, que tocava ao piano o tema que o alemão Hans Zimmer compôs para o filme Interstellar com uma plateia improvisadamente multicultural, teriam se emocionado.

E o mundo estava reunido, em paz, numa verdadeira “street food”, porque Amsterdam também é uma festa de sabores do mundo, sem esquecer do tradicional haring no pão, das batatas fritas oorlog (molho de maionese e amendoim), ou ainda, uma generosa porção de tarte de maçã com canela.

Eu estive também no distrito da luz vermelha, mas a produção de imagens não é permitida. O famoso bairro de prostituição é curioso, mas prefiro reter outras curiosas imagens de Amsterdam como um longo elétrico pintado em rosa. Uma praça repleta de lagartos imóveis. Um bote verdejante com dois anjinhos brincalhões. Um templo Asiático.

Foi em Amsterdam que encontrei, até hoje, o mais belo Geocaching.

Neste reencontro com a cidade conheci sua Begijnhof. E o mundo também circulava por seu interior imaginando como viviam as Beguinas em suas vidas reclusas dedicadas à caridade.

Se deambular por (Lisboa) foi um prazer de descobertas, então deambular por Amsterdam foi um prazer reencontrar a beleza dos seus canais e prédios, e solidificar a ideia de retornar muito em breve. Amsterdam é um encanto!

Agradeço sua leitura e até ao próximo post! 😉

18 comentários sobre “Mais uma vez, Amsterdam

  1. Primeiramente, conheci Amsterdam, pelas histórias contadas pelos frades holandeses, nos tempos de seminário. Hoje conheci pelas suas fotos e descrição de encantos que estão nos cantos e belezas bem contadas. Grato, Silvana.

    Curtido por 2 pessoas

  2. Amsterdam por teus olhos está linda e maravilhosa. Cidade em que muitas calorias deixei de tanto caminhar. Um lindo e delicado post. E muito obrigado pela lembrança, me fez muito feliz. Um abraço de céu azul.

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário