Saint-Omer, um baú de tesouro

O Norte da França abriga um tesouro histórico e é lá que gostaria de levá-los, até a medieval Saint-Omer.
Ao chegar as primeiras observações vão para a sua praça central onde está o prédio do teatro Le Moulin à Café.

Vai se adentro pelas ruas de Saint-Omer e encontro um rico património que se revela a cada passo ao caminhar sob suas ruas de paralelepípedos.

A quase ausência de transeuntes cria o cenário perfeito para encontrar os detalhes que não encontras em guias turísticos ou a vida que te cerca. Como uma janela no sótão de uma casa com a imagem de uma mulher de costas, mas ao olhares por outro lado revela a imagem desta mulher de frente em traje interior.

Sigo até os que restou do Bastion Saint-Venant. Os bastões eram obras de fortificação para a artilharia.  Este faz parte do traçado do jardim público que está a poucos passos, e que revela a beleza do “Jardin à la Française”.

De volta ao centro em direção à grandiosa Catedral Notre-Dame-de-Saint-Omer onde estão as relíquias do santo que dá nome à cidade. O edifício tem a forma de cruz latina, e o seu exterior revela algumas sutilezas. O seu estilo abrange os períodos da arquitetura gótica, do clássico ao extravagante. Há também uma harmoniosa torre octogonal ao lado de outro elemento octogonal e cercados por um bem cuidado jardim. O seu interior com várias capelas guarda alguns tesouros artísticos.

O passeio continua em direção a outro tesouro que Saint-Omer preserva, mas antes uma paragem para admirar a fachada barroca da Capela dos Jesuítas (Chapelle des Jésuites).

Atravesso ruas, canais, casas do século XV até chegar ao mais valioso património de Saint-Omer, as ruínas de l’Abbaye Saint-Bertin. Esta antiga abadia beneditina foi fundada no século VII quando Saint-Omer ainda chamava-se Sithiu. É impressionante, e mesmo emocionante, admirar estas ruínas, imaginar todo o peso de anos de história. Olhar para o que era o seu portal de entrada e observar as “pegadas” Calvinistas da Iconoclastia, quando no século XVI muitas igrejas foram profanadas. Todas as imagens do portal estão sem cabeças em oposição a veneração de imagens. O Calvinismo que surgiu nos Países Baixos foi por isso considerado um movimento de hereges pela Igreja de Roma.

A região à volta de Saint-Omer guarda ainda outra preciosidade histórica de um outro período da nossa humanidade, mas este ficará para um próximo post. Segue-me! 😉