O paraíso (ou quase) existe

Ir até a frente do salto da bota levava quase uma hora. Ficamos com alguma preguiça de ir novamente, então decidimos voltar à Costa Adriática. No entanto, não queríamos repetir praia já visitada, queríamos algo novo, algo que valesse mesmo a pena. Usamos a tática de explorar o mágico Google Maps. Tateando, tateando, avistamos o que seria uma pequena praia. Havia onde estacionar próximo, e depois era só caminhar um pouco até lá. Não era muito visível o acesso, deixava alguma dúvida se era mesmo uma praia acessível. Se não fosse possível, havia outra praia próxima bem popular, paciência.

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Chegamos a um largo, ao lado de uma pequena floresta, onde estavam outros poucos carros estacionados. E grátis! Perfeito! 😊 Seguimos à pé, e começamos com os conhecidos uauuuuuu! Algumas fotos, filmagens, e partimos à descoberta. Chegamos ao objetivo, e UAUUUUUUU! O nome da praia não entrou em nossas cabeças, porque a partir daquele instante aquela praia passou a ser chamada de Paraíso. 😊 Os mais novos foram explorar o acesso, e de lá debaixo deram o sinal: Podem virrrrrr! Descemos o estreito do paraíso. Poucas pessoas, aproveitamos para fotos, e em seguida organizar toda a tralha sem ocupar muito espaço.

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O “paraíso” tem um nome oficial e chama-se Spiaggia Punticeddha, um “Piccolo Paradiso, La Cosa Mas Bella” como diriam os italianos. 🙂
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O espaço era pequeno! E havia pessoas que não se importavam de ficar nas rochas, porque aquele pedaço de praia valia mesmo a pena pela sua beleza natural e tranquilidade. Mesmo assim, presenciei uma discussão à italiana por um pedaço de praia. Eu estava torcendo para que voassem pizzas. 😊 Uma das participantes da discussão acabou por ir mais cedo devido a uma caravela (jellyfish) ter atingido o filho. Era um espaço pequeno, não imaginam como os gritos do garoto ecoaram naquela concha natural. 😊 O meu filho mais velho também foi atingido, mas não abandonamos aquele paraíso. Ah… também haviam duas grutas que estivemos a explorar. Enfim, pouca rede e muita coisa para explorar. Perfeito, o quase “paraíso”! Seguem mais fotos e um vídeo. 😉

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Assim era o acesso

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Jellyfish no quase paraíso

Até a continuação das aventuras ! 😉

 

 

 

 

Sossego na praia I Due Mori

Continuando as aventuras nas férias de verão… Foi dia de conhecer outra praia da costa Adriática. Uma praia um pouco à Norte da Baía Dei Turchi chamada I Due Mori.  Antes de partir até ao encontro desta praia, vimos no Google Maps que havia uma extensa faixa de praia. Era isso mesmo que queríamos, mais espaço, mais privacidade.

À entrada para o estacionamento da praia, lá tivemos que parar para fazer o pagamento. Dissemos o nome da praia, mas nos responderam com perguntas em um italiano veloz. Não entendemos o que foi falado. Um dos senhores falava um pouco francês, e indicou o caminho para a praia, mas não sabemos o que aconteceu e ele não nos cobrou o estacionamento. Lá seguimos com aquelas instruções para ver no que ia dar.

O estacionamento ficava atrás de um empreendimento que explorava um trecho da praia com oferta também de brincadeiras aquáticas. Seguimos mais à direita, bem afastados desta exploração. Momento de arrumar toda a tralha, agora com tanto espaço. Foi neste momento que notamos a areia escura e ao fazer o buraco para o guarda sol foi que a areia ficou ainda mais escura.

Foi um dia passado tranquilo com poucos vendedores e muito espaço, mas apesar também de uma água cristalina e na temperatura ideal, não foi uma praia que nos agradou devido a areia e ser pouco atrativa em se tratando de beleza natural. No entanto, se buscas sossego e espaço, esta é a praia ideal da região.

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Só tirei 3 fotos pessoais e a foto que está no post, e um curtíssimo filme. Imaginem a minha animação com a praia! 😊

Até ao próximo post sobre o verão! 😉

Um passeio por Otranto

Como estivemos na Baía dei Turchi onde os turcos desembarcaram para conquistar Otranto, decidimos que seria a primeira cidade a ser explorada, e assim fomos num final de tarde com temperatura mais amena. Um momento do dia ideal para apreciar a praia e marina.

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A cidade é rica em história, arte e cultura. Merecia mais tempo para conhecê-la, entretanto a dificuldade em vaga de estacionamento no verão, demasiada oferta estilo “tourist trap”, sem falar que como é uma região mais frequentada por turistas da própria Itália sentimos alguma resistência ao inglês, assim não voltamos para visitá-la outra vez, apesar da pouca distância entre Minervino do Lecce e Otranto.

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A sua posição geográfica foi uma oportunidade comercial, mas também uma ameaça para invasões. A chamada “cidade velha” é cercada por muralhas defensivas, e sua entrada chama-se Porta Alfonsina. Há muita vida descontraída dentro das muralhas, contrastando com um passado de conquistadores lombardos, bizantinos, aragoneses, franceses e turcos, povos que deixaram suas “pegadas” na vida da cidade. É o caso do Castelo Aragonês construído por Fernando I de Aragão, entre 1485 e 1498, como uma fortaleza militar com seu fosso à volta.

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Andar pelas ruas estreitas e becos da cidade antiga é muito agradável. São cenas pitorescas. Há muitas pequenas lojas, restaurantes, cafés e muitas casas com simpáticos pátios. Um labirinto que dá gosto percorrer e se perder.

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Depois de conhecer o exterior do Castelo, seguimos poucos metros e avistamos a grandiosa Catedral de Santa Maria Anunziata, que remonta ao século XI. Logo chama a atenção a sua rosácea gótica e alguns elementos barrocos na porta de entrada. O seu interior é fantástico! O seu chão de mosaico é de um imenso valor artístico e pelo que percebi representa a “Árvore da Vida”, mas também há outras simbologias como o papel histórico de Otranto e referências pagãs. Acho que merecia um balcão superior para ser visto em sua totalidade. Em seu interior há a Capela dos Mártires ainda com restos mortais de fiéis, que tentaram a resistência contra os turcos, mas não tive coragem de visitar. Há outras igrejas que mereciam uma visita, mas não a fiz.

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Após o passeio pelas ruas de Otranto, fomos à procura de um restaurante para jantar. Nossa atenção foi desviada por um grupo de mulheres que dançavam ao som de tambores, aquele ritmo atraiu muitas pessoas naquele fim de tarde de beleza. Voltamos à realidade, e vimos que o restaurante que havíamos escolhido estava com uma fila enorme e carecia de reserva. Acabamos por ir a um que estava até bem cotado no TripAdvisor, seguimos a sugestão de peixe do dia, e saímos com a sensação de ter caído numa daquelas armadilhas para turista. Valeu apenas a simpatia da funcionária e algumas fotos do seu trato com o peixe.

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Segue um vídeo com muitas imagens de Otranto, e outro vídeo com som original! 😉

Até ao próximo post em terras do Salento! 😉

Baía dei Turchi

Instalados em Minervino di Lecce passamos à exploração do “salto da bota italiana”. Cercados de turistas da própria Itália (poucos turistas estrangeiros como nós), partimos para conhecer algumas de suas principais cidades e belas praias nos limites desta área italiana.

E, a primeira foi a “Spiaggia dei Turchi” ou “Baía dei Turchi” na costa Adriática. Como é nosso hábito, chegamos cedo, e podemos escolher entre muitas vagas de um dos estacionamentos que serve a praia com entrada paga. Optamos por deixar o carro à sombra e custou 5€ o dia.

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A praia é muito popular durante o verão. É bom chegar cedo, se quiser uma acomodação que não esteja dentro dos limites de exploração de algum bar/restaurante. Uma praia isolada e encantadora, que para chegar até lá, atravessa-se a vegetação mediterrânea com seus pinheiros e arbustos, acompanhados pelo seu cheiro característico e pelo som hipnotizador das cigarras. Uma dessas cantoras da natureza veio dar o ar de sua graça em nosso guarda sol.

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O mar é transparente que vai de azul brilhante à azul profundo, com a falésia recortada protegendo-o. Exploramos esta praia por duas ocasiões, pois há uma baía maior, e outra menor, caminhando-se um pouco mais, cerca de 500m, aproximadamente.

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O nome desta praia parece ter origem na tradição que foi nesta baía, em 1480, que os turcos desembarcaram para fazer o cerco à Otranto. Sentada sobre a areia fina e clara, cercada por tagarelas italianos, fiquei a tentar imaginar a cena do desembarque. Por vezes, interrompida por simpáticos vendedores africanos, mas também por insistentes vendedores com traços do sudoeste da Ásia, o que me fez também pensar no dramático êxodo atual para o continente europeu.

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Nas proximidades de toda a área da praia há resorts, fazendas de agroturismo, passeios à cavalo, mergulho, passeios à barco, atrações aquáticas como kitesurf, etc. Um cenário perfeito para agradar grupo de jovens ou famílias com crianças, e que ainda conta com a proximidade do lago Alimini, guardião de um ecossistema com várias espécies de flora e fauna.

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Está aqui o filme que fiz sobre esta bela praia. Chamo a atenção ao caminho que se deve percorrer sobre os densos arbustos até, de repente, chegar ao encanto desta Baía dei Turchi. Vem comigo! 😉

Espero-te no próximo post com mais um passeio!!! 😉

Minervino di Lecce, a simplicidade

Continuando as aventuras de verão… Partimos de San Marino e seguimos a autoestrada da costa adriática (com pedágio) por cerca de pouco mais de 7 horas até chegar ao nosso destino, Minervino di Lecce.

Minervino di Lecce fica na região da Puglia, na província de Lecce, a pouco mais de 20 minutos de Otranto.

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Igreja Matriz

Eu costumo dizer, que afasta-te dos centros turísticos italianos e vais encontrar a “italianidade” na simplicidade da arquitetura, de sua gente, dos seus sabores, de sua religiosidade, da sua cultura… Assim é Minervino di Lecce, uma aldeia singela no Salento Oriental (o salto da bota italiana).

 

Levantam-se dúvidas quanto ao nascimento da aldeia, mas pelo que li e vi, o território é frequentado desde a antiguidade, sendo a hipótese mais credível o ano 1000. Há uma riqueza de achados arqueológicos em sua área como o dolmen Scusi, que fui conhecê-lo. E, que lembrou-me a rica região de megalíticos em Portugal, o Alentejo.

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Graças ao clima e fertilidade do solo é toda uma região de muito boa produção de azeite extra virgem e vinho. Foi junto a este dolmen que reencontrei belas figueiras e uma vegetação muito familiar de quando estive na Sardenha.

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A cidade apesar de pequena apresenta uma grande densidade de igrejas, e algumas remontam os séc. XVI e XVII, com uma quase forma de cubo em sua simplicidade exterior.

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Centro de Minervino com uma de suas várias igrejas
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Igreja do séc. XVII

Andando à noite pelas ruas silenciosas de Minervino di Lecce à procura dos sabores da terra, encontrei estes 3 simpáticos “ragazzos”. Não resisti! 😉

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E, também este(a) encantador(a) exemplar, que sobre a combinação fortuita de sombras  parece estar no ar. 🙂

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Foi em Minervino di Lecce que pude apreciar a lua vermelha, mas antes pude apreciar a “minha lua vermelha” bem italiana. 😉

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Minha Lua Vermelha no Rest. Il Bosco, em Minervino

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Reencontrei em Minervino di Lecce, os sabores da Sardenha no restaurante de um casal italiano muito simpático, o restaurante Volta 51 (recomendo!). Estava tão delicioso e saudoso que só me lembrei das fotos na hora da sobremesa. ;))

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E, mais cenas de Minervino di Lecce ficaram registradas no vídeo que fiz. Espero que apreciem, o meu talento é pouco, mas o sentimento é grande. São memórias que vamos construindo ao longo da vida, fico um pouco de nós lá, fica um pouco de lá cá dentro da nossa mente.

Até ao próximo post ainda com cenas desta região que foi nossa casa por alguns dias! 😉