Baú Aberto 8

Sabor de Nordeste…

Se há algo que não pode faltar na vida alimentar de um nordestino é o queijo coalho.
Em Portugal não era difícil encontrá-lo, mas aqui na Bélgica flamenga, a tarefa não é fácil. Só encontrei num mercado luso brasileiro, em Bruxelas, que vende o queijo coalho em pequenas quantidades.

Então, como diz o provérbio popular “quem não tem cão, caça com gato”. Assim, na falta do autêntico queijo coalho do Nordeste do Brasil, vamos com o queijo Halloumi que é produzido no Chipre, e está sempre na prateleira do supermercado que frequento, bem pertinho de casa. Idêntico sabor, textura, apropriado para grelhar e ainda há a versão com ervas ou sem ervas.

Já não preciso mais cantar como o nordestino Fagner …”Quando penso em você / Fecho os olhos de saudade..

Vamos conhecê-lo?

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Tot ziens! 😉

 

Rumo às Alagoas

Alagoas é o Estado a seguir a Pernambuco em direção ao Sul. Tão perto e ainda não conhecia. Conhecia a Bahia, mas Alagoas sempre foi passagem.

O passeio foi realizado conforme minha família desejava, ou seja, com agência de viagem, que se encontram em toda a orla da praia de Pajuçara, em Maceió. A mim coube ver a hospedagem e a utilização do Airbnb que parece algo novo por lá, pelo menos para minha família. Acertei um apartamento confortável à beira mar, e não tenho nenhum ponto negativo a relatar com a experiência, tudo foi encontrado e acertado dentro da experiência que temos na Europa. E até 2 livros em holandês encontramos no apartamento. Rsrs

 

Como já disse, não estou acostumada a fazer turismo desta forma. Eu não vi nada que impedisse um turismo com carro alugado, chegar numa praia e se não gostar partir para outra descoberta, mas acatei a decisão antes de ouvir ….pensas que aqui é a Europa?

Ficamos em Pajuçara (ou Pajussara), mas nos aconselharam a não tomar banho nesta praia devido a poluição. Vocês vão ver as fotos a seguir. Triste! Infelizmente, é a velha história de que esgotamento sanitário não dá voto. Fizemos algumas refeições em Pajuçara, e encontrei muitas ofertas de restaurantes com self service, algo que não é comum na Europa. E é algo que também não estou acostumada. Isso não quer dizer que eu ache self service mal. Os que acompanham o blog já devem ter percebido que gosto de tirar fotos dos pratos da culinária local, e nesta viagem, não consegui seguir o padrão de outras viagens.

 

O primeiro passeio foi para a Praia do Francês. O ônibus da agência pegou-nos na orla e seguimos a apanhar outros turistas em seus hotéis. Quando começa o passeio, o guia começa a fazer as brincadeira de praxe: Bom dia, pessoal ! Ah, gostei não, vamos lá de novo. Bom dia pessoal! E, a seguir vai falando um pouco de história do Estado. Um berço da literatura e política do Brasil.  Chegamos à Praia do Francês. Descer do ônibus e tirar foto para depois comprar ou não. Chegando à praia ficamos no restaurante designado pela agência. Bem, para quem está acostumada a pesquisar TripAdvisor sobre restaurantes e caminhar para lá e para cá lendo o menu, imagina a minha situação de cordeirinho. Rsrs Depois hora para almoçar, hora para sair, hora para passeio no catamarã,… A praia é belíssima mesmo para um mês de chuvas. Lá chegou a hora do passeio de catamarã, o que para as crianças sempre é uma festa. No barco só estavam brasileiros do Centro e Sul do país. Na praia ao Sol eram vendidas as delícias nordestinas de sempre, mas havia um certo território demarcado, e pairava no ar uma suspeita do tipo: vai consumir ou não vai? Eu sentindo o stress do senhor: Olhe, senhora, é para comprar aqui comigo, tá vendo Zé do Cocktail (já não lembro bem o nome). Daqui a pouco, vem o senhor: Olhe senhora, o Dida já provou aqui o meu cocktail. Lá fui eu buscar o Dida no meu arquivo. Hum… o Dida da seleção? Sim, senhora, e a atriz tal. Essa o meu arquivo de dados falhou, devia ser alguém da nova geração. Até para me livrar daquele stress, pedi logo os coquetéis e paguei. Lolllll Não há problema, eu gosto de exercitar a paciência. Hora de voltar para o ônibus. Alguém se desvinculou do rebanho e nada de aparecer. Quem estava dentro do ônibus dava mil e uma solução. Após quase uma hora de espera, encontrados os cordeiros perdidos, nenhuma desculpa por parte deles, para nós que esperávamos dentro do ônibus. A agência fez o pedido de desculpas protocolar.

Chegando a Pajuçara, fomos planejando o passeio para o dia seguinte. Outra praia escolhida e com outra agência. Decidimos por Praia do Gunga. Vale lembrar que essas agências não fazem todos os dias todas as praias em disposição. No dia seguinte, o mesmo processo da outra agência. Não havia aula de história, apenas algumas informações. Há um miradouro para a praia e ver aquele “mar” de coqueiros foi emocionante. Meus filhos, que são portugueses, simplesmente adoraram a vista. Chegando à praia, confesso que a beleza desapareceu um pouco. De perto não era tão bonita. Rsrsrs  É que a praia do Gunga é uma mistura de mar e lagoa, no que resulta uma tonalidade que dá impressão de mar poluído. Era tempo de chuvas e a temperatura da água também não estava agradável. Se estivéssemos com um carro alugado poderíamos ter ido para outra praia. Há alguns restaurantes, porém menos no que na praia do Francês, e mais uma vez tivemos que ficar no restaurante determinado pela agência.

Eu achei a orla de Maceió mais segura que a de Boa Viagem, no Recife. No entanto, passei uma situação desagradável na orla de Pajaçura. Eu estava à procura de um restaurante típico, que eu sabia mais ou menos onde ficava. Prefiro tentar me orientar no espaço do que perguntar, mas nem todos são assim, e fiz a vontade dos outros e parei para perguntar a 2 taxistas que estavam sentados numa esquina. Eu sentia que estávamos bem perto do restaurante. Um dos taxistas fez questão de nos levar de táxi, sem cobrar, dizia ele. Como sempre recebi alertas para ter cuidado, não aceitei. Eu disse ao senhor que queria saber só a direção, pois eu sabia que estávamos próximos. O senhor taxista não gostou da minha negação ao “seu favor”, e ficou bravejando ao ponto de me chamar de má educada. Eu que fui má educada, gente? Vocês não vão nem acreditar! A tal esquina que eles estavam era a rua do restaurante. O outro taxista sinalizou a rua para mim sem falar, teve esta bondade. Chegamos ao restaurante e contei o que se passou à funcionária que estava à frente como angariadora. Ela perguntou-me quem foi o taxista. Eu não sabia. Apontei para a esquina e fiz uma rápida descrição física. A funcionária disse: deixe comigo, ele não vai receber a refeição quando alcançar os dez turistas angariados. Fiquei pasma! Ora, se o senhor tivesse sido sincero comigo, por exemplo…olhe, senhora, eu levo a senhora de táxi sem cobrar, porque quando faço isso ganho pontos e posso receber um prato de almoço. Eu teria entendido, mas a forma como agiu, sinto muito, não vejo como correta.

Vamos ver as fotos e vídeo? Vem comigo.

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Praia de Pajuçara
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Praia de Pajuçara

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Praia Pajuçara

 

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Prédio histórico de Maceió
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Mural em Maceió

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Praia do Francês
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Praia do Francês
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Arrecifes na Praia do Francês
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Piscinas naturais
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Vista em Maceió
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Miradouro sob a Barra de São Miguel e Praia do Guga
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Praia doo Guga

 

Tot ziens! 🙂

 

 

 

Gostava tanto de você, praia de Pau Amarelo

Lembro que na adolescência, meus amigos falavam em várias praias do litoral de Pernambuco, e nunca falavam na praia de Pau Amarelo, no Paulista. Mais para mim, Pau Amarelo era “a praia”, era a extensão da minha casa de família. Uma praia de uma beleza simples que passava despercebida.

Reencontrá-la causou-me uma dor no coração. Mataram aquela praia de beleza genuína e tiraram o seu sorriso, o meu sorriso. Onde está aquele que era o meu coqueiro ? ;,) Sobrou pouca coisa do passado. Não consigo vê-la assim. Tenho pouco a dizer. Deixo o Tim Maia cantar aquilo que não consigo escrever.

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Tot ziens!

Minha bela Recife

Reencontrar a beleza do Recife é tomar um banho de saudade, de tudo de bom que não volta mais. Ir aos cines Trianon, São Luís, Veneza, Albatroz… Ir ao parque 13 de Maio com segurança, Ir à Fecin, Ir ao Bompreço de Casa Amarela saborear um sundae, Ir à feira de Casa Amarela e como recompensa pela ajuda, ganhar um pastel japonês com caldo de cana, Ir à livraria Livro 7, …

Arrisco a dizer, sem medo de errar, que é a capital mais bonita do Nordeste do Brasil, apesar de sofrer algum descuido e do povo andar com um semblante de medo e sofrimento. Não foi possível tirar muitas fotos por motivos de segurança, assim foi recomendado.

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Avenida Conde da Boa Vista
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Avenida Conde da Boa Vista
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Marco Zero, Recife Antigo
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Marco Zero, Recife Antigo

 

Tot ziens! 😉

Algumas virtudes do Nordeste do Brasil

E chegou a vez de falar sobre a viagem ao Nordeste do Brasil, a terra onde nasci e vivi muitos anos. É difícil ver os defeitos e falar das virtudes. Estive 7 anos atrás, e parece que nada mudou. Não há preocupação pelo bem comum, nada de efetivo se fez pelo bem comum ao longo destes anos. Por favor, não tenho candidato à presidência, muito menos partido político. Vou logo avisando. Fiquei pasma a encontrar um país dividido em dois grupos, os coxinhas e os mortadelas. Dá até vontade de rir, mas é triste. Ora eu abria a boca e levava o carimbo de coxinha; ora eu abria a boca e levava o carimbo de mortadela. A verdade é que não reconheci o meu país. Não quero reconhecer como meu país, um país que agride mulheres dentro de um ônibus no centro de uma grande cidade. Não quero reconhecer como meu país, um país que levanta bandeiras de intolerância e racismo. O Brasil, quem diria, tornou-se assumidamente, racista. Quem no Brasil pode dizer que é totalmente branco ? Politicamente, as mesmas figuras de sempre na hierarquia política, e o povo parece que vai voltar a dar crédito aos mesmos de sempre, que nada fizeram pelo bem comum do povo brasileiro. Sem falar que vivendo tantos anos no estrangeiro sou obrigada a ir votar!
Bem, mas escolhi falar neste primeiro post do Brasil sobre algumas virtudes da natureza que ainda encontrei. De todas elas, a que mais gostei foi de rever um “soldadinho” dos tempos de infância que eu ia pegar no “pé de carambola”. Eu também revi a carambola que estava ácida que nem sei o que, mas continua linda como uma estrela. Os sabores do Brasil que ainda não encontrei na Bélgica: a tapioca de todo jeito, a pamonha tradicional na palha, as frutas tropicais; queijo coalho e o milho vendidos na praia sem fiscalização, os coquéteis no abacaxi com alcool ou sem alcool na praia, não esquecer da raspadinha na praia, e dos animais à solta na praia. E a dona maria farinha também deu seu o ar da graça. Este sim, é o Brasil que reconheço.

Aguardem os posts sobre as praias.

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soldadinho
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carambola
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tapioca e guaraná
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pamonha
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cajú
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pinha
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queijo coalho
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milho
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raspadinha
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cães na praia
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maria farinha

Tot ziens! 😉